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Bolívia define futuro em segundo turno marcado por crise econômica e retorno da direita

Candidatos sinalizaram que pretendem reaproximar a Bolívia dos EUA após quase duas décadas de alinhamento com Rússia

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Bolívia realiza segundo turno das eleições presidenciais neste domingo (19).
  • A disputa é entre o senador centrista Rodrigo Paz e o ex-presidente conservador Jorge "Tuto" Quiroga, ambos com propostas de reforma econômica.
  • A economia do país enfrenta uma grave crise, com inflação alta e queda nas exportações, sendo a principal preocupação dos eleitores.
  • O novo presidente tomará posse em 8 de novembro, com a expectativa de reaproximar a Bolívia dos EUA após anos de alinhamento com potências como Rússia e China.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Bolívia escolhe entre Rodrigo Paz (esq.) e Jorge 'Tuto' Quiroga para ser presidente do país Reprodução/X/Rodrigo_PazP e Reprodução/Facebook/TutoQuiroga

A Bolívia vai às urnas neste domingo (19) para o segundo turno das eleições presidenciais. Nenhum candidato conseguiu mais de 50% dos votos na primeira rodada, realizada em 17 de agosto. O resultado representou uma derrota histórica para o Movimento ao Socialismo (MAS), partido de esquerda fundado por Evo Morales, que dominou a política boliviana por quase duas décadas.

O segundo turno opõe o senador centrista Rodrigo Paz e o ex-presidente conservador Jorge “Tuto” Quiroga. Ambos prometem reformar o modelo estatal implantado durante o governo de Evo Morales, mas divergem sobre o alcance das mudanças. Paz defende a descentralização administrativa e o estímulo ao setor privado, sem abrir mão de programas sociais. Já Quiroga aposta em um programa mais liberal, com ênfase na redução de gastos públicos, no fortalecimento da iniciativa privada e na restauração dos direitos de propriedade.


Quiroga, de 65 anos, governou a Bolívia entre 2001 e 2002 e aparece ligeiramente à frente nas pesquisas. Seu companheiro de chapa é Juan Pablo Velasco, executivo do setor de tecnologia, escolhido para reforçar a imagem pró-negócios da candidatura.

Paz, de 58 anos, é filho de um ex-presidente e tem como vice Edman Lara, ex-capitão da polícia e influenciador digital que mobilizou o eleitorado mais jovem.


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A economia fragilizada é a principal preocupação dos eleitores neste pleito. As exportações de gás natural, principal fonte de receita do país, despencaram nos últimos anos. A inflação atingiu o maior nível em décadas, e há escassez de combustíveis e dólares. O novo presidente, que tomará posse em 8 de novembro, herdará a pior crise econômica desde o início dos governos do MAS em 2005.

Ambos os candidatos sinalizaram que pretendem reaproximar a Bolívia dos Estados Unidos após quase duas décadas de alinhamento com Rússia, China e Irã. “Queremos reconstruir pontes com todos os parceiros internacionais, sem ideologia”, declarou Paz em entrevista recente.


A disputa também pode definir o futuro do setor de lítio, considerado estratégico para a economia boliviana. O país abriga as maiores reservas conhecidas do metal, essencial para a produção de baterias, mas enfrenta dificuldades para explorar o potencial comercial de seus salares.

Projetos com empresas russas e chinesas seguem paralisados no Legislativo devido a disputas políticas internas. Investidores esperam que o próximo governo flexibilize as regras e amplie o acesso às reservas ainda pouco exploradas.


O Tribunal Supremo Eleitoral do país implementou um novo sistema de apuração após as denúncias de fraude que provocaram a queda de Evo Morales em 2019. As atas de votação serão fotografadas nas seções eleitorais e transmitidas diretamente aos centros de apuração. Observadores da União Europeia e da Organização dos Estados Americanos acompanharão o processo.

As urnas abrirão às 8h no horário local e fecharão às 16h. O tribunal pretende divulgar cerca de 80% dos resultados preliminares até o fim da noite. O resultado oficial deve ser anunciado em até sete dias.

O segundo turno encerra um ciclo político que marcou a história recente da Bolívia. Com o declínio do MAS e a ascensão de duas candidaturas reformistas, o país se prepara para uma nova etapa em meio à instabilidade econômica e ao retorno da direita ao centro do poder.

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