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Brasileira no Japão revela choque da população com incêndio criminoso

Paranaense Tata Meraki em Kyoto há dois anos. Nesta quinta-feira, homem provocou incêndio em estúdio de animação, deixando 33 mortos

Internacional|Ana Luísa Vieira, do R7

Paranaense Tata Meraki mora em Kyoto há dois anos
Paranaense Tata Meraki mora em Kyoto há dois anos Paranaense Tata Meraki mora em Kyoto há dois anos

A paranaense Tata Meraki, que mora no Japão há três anos, conta ao R7 que desde 2016 não havia visto um caso tão chocante como o do incêndio criminoso que deixou 33 mortos em um estúdio de animação da cidade de Kyoto nesta quinta-feira (18).

“É um caso comovente por três motivos: primeiro pelo número expressivo de mortos, segundo por ser um tipo de crime extremamente raro no Japão e terceiro por ter acontecido em um estúdio de animação relativamente conhecido”, resume Tata, que tem 34 anos e trabalha como assessora de imprensa em uma companhia de comunicação.

A brasileira vive em Kyoto há dois anos. Antes de se mudar para a cidade, morou durante um ano em Tóquio, a capital japonesa: “Foi quando eu estava lá que um homem entrou em uma clínica de deficientes em Sagamihara e cometeu um ataque a facadas, deixando 19 pessoas mortas. Não havia sido registrado um crime tão chocante para a população desde então”.

Homem ateou fogo contra estúdio de animação
Homem ateou fogo contra estúdio de animação Homem ateou fogo contra estúdio de animação

Incêndio criminoso

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Às 10h30 do horário local desta quinta-feira (18) — 22h30 da quarta (17) na hora de Brasília —, um homem de 41 anos ainda não identificado entrou no prédio da Kyoto Animation Co., no distrito de Fushimi-ku, e jogou um líquido inflamável, provocando um incêndio no primeiro andar.

“Os vizinhos perceberam a fumaça, ligaram para a emergência e os bombeiros chegaram muito rápido. O que se sabe até agora é que 33 pessoas foram confirmadas mortas. Dentro do prédio havia 73, sendo que 67 eram funcionários da empresa e seis eram visitantes. Mais da metade está no hospital e parece que uma dezena se encontra internada em estado grave”, conta a brasileira.

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Tata diz ter lido na imprensa local que uma bolsa cheia de facas e com documentos do suspeito foi encontrada do lado de fora da cena do crime. O homem, que está sob custódia da polícia, também foi levado a um hospital da região.

O edifício onde ocorreu o incêndio, segundo Tata, fica a aproximadamente 8 km do local onde ela trabalha. “Fushimi-ku é um distrito bem famoso — lá, há pontos turísticos e algumas destilarias de saquê”, comenta.

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Comoção nacional

Em pronunciamento no Twitter, o primeiro-ministro Shinzo Abe afirmou que está "sem palavras" após o incidente e disse que ora pela alma dos que se foram. "Quero expressar minhas condolências aos feridos e desejar a eles uma rápida recuperação", acrescentou. 

Na opinião da brasileira, crimes como o incêndio no estúdio de animação e o esfaqueamento em massa na clínica de deficientes causam choque nos japoneses porque o país é muito seguro — e praticamente livre de armas. “É difícil de ver armas de fogo mesmo com os policiais e as ruas são muito seguras a qualquer momento do dia ou da noite — até os acidentes de trânsito são bastante raros”, aponta.

Ainda que a identidade do suspeito não tenha sido divulgada, Tata acredita que as autoridades devem prestar esclarecimentos sobre o homem e suas motivações nas próximas 24 horas. “Ao meu ver, ele não entrou no estúdio de animação aleatoriamente — deve ter havido alguma motivação para isso. Mas acredito que ele tenha agido sozinho, sem participar de nenhuma organização”, relata.

A paranaense emenda que, embora os japoneses sejam um povo muito reservado, a população local tem demonstrado sua tristeza pelo ocorrido nas redes sociais: “Há muitas postagens pedindo orações pelas pessoas de Kyoto. O assunto está em alta há mais de doze horas — e eu imagino que vá permanecer por muito tempo”, finaliza.

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