Chefe de agência de espionagem russa morre aos 62 anos
Igor Korobov trabalhava para uma das três principais agências de inteligência russa, que foi acusada do envenenamento de ex-espião e filha no Reino Unido
Internacional|Do R7
O chefe da agência de inteligência militar da Rússia, que o Ocidente culpou por uma série de ataques, morreu na quarta-feira (21) por conta de uma "doença séria e longa", informou o Ministério da Defesa russo.
Citando o ministério, a agência estatal de notícias Tass disse que Igor Korobov, 62, que comandava a agência de espionagem GRU desde 2016, foi declarado Herói da Rússia, a maior honraria concedida pelo Estado, por seus serviços no cargo.
O Reino Unido acusou a GRU de tentar envenenar o ex-espião russo Sergei Skripal e a filha dele com um agente nervoso na cidade de Salisbury, a Holanda disse que a GRU tentou uma invasão cibernética à agência global de armas químicas, e agências de inteligência dos Estados Unidos acusaram a agência de espionagem russa de tentar interferir ciberneticamente na eleição presidencial de 2016.
A Rússia nega todas estas acusações.
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As especulações sobre o destino de Korobov vinham crescendo desde que uma reportagem da mídia russa disse que ele foi convocado pelo presidente Vladimir Putin após o caso Skripal e criticado duramente pela operação, que não eliminou os Skripal e tornou a GRU um alvo de deboche na mídia ocidental.
Neste mês Korobov não compareceu a uma cerimônia em Moscou na qual Putin e outras autoridades de alto escalão comemoraram o centenário da GRU e na qual o líder russo parabenizou a capacidade e "habilidades únicas" desta.
Agentes da entidade deram um exemplo para uma geração futura de espiões militares, disse Putin, ele mesmo um ex-agente de inteligência, citando sua prontidão para sacrificar tudo "pela pátria-mãe".
Em março, os EUA incluíram Korobov em uma lista negra de sanções contra pessoas que se acredita terem "minado a segurança cibernética em nome do governo russo".
Korobov era um militar soviético veterano que atuou na Força Aérea e, segundo sua biografia oficial, começou a trabalhar para a GRU em 1985.
A GRU, criada como um diretório de registro em 1918, após a revolução bolchevique, é uma das três principais agências de inteligência da Rússia, ao lado do Serviço Federal de Segurança e do Serviço de Inteligência Estrangeira (SVR).