Milhares de afegãos se reuniram no aeroporto de Cabul em uma tentativa de fuga do país, em agosto
AFPA China saudou, nesta quarta-feira (8), a composição de um governo afegão provisório, composto apenas por membros do grupo Talibã. De acordo com Pequim, esta medida põe fim a “três semanas de anarquia” no Afeganistão.
“[A formação do governo] põe fim a mais de três semanas de anarquia no Afeganistão e constitui uma etapa importante para o reestabelecimento da ordem no país e em sua reconstrução”, afirmou Wang Wenbin, um dos porta-vozes da diplomacia chinesa.
Os talibãs, novos líderes do Afeganistão, nomearam na última terça-feira (7) os principais ministros do atual governo. A equipe será liderada por Mohamad Hasan Akhund, um antigo colaborador e conselheiro político do fundador do movimento, Mullah Omar, que morreu em 2013.
Todos os membros deste governo são talibãs. Com pouquíssimas exceções, pertencem em sua maioria a etnia pashtun - a maior no Afeganistão.
Vários dos novos ministros, alguns os quais exerciam influência durante o regime talibã anterior, figuram na lista de sanções da ONU (Organização das Nações Unidas). Nas últimas semanas, a China havia criticado energeticamente a retirada precipitada das tropas norte-americanas do Afeganistão e o caos que esta ação teria gerado.
O país asiático, que divide 76 km de fronteiro com o Afeganistão, é um dos poucos países que mantém aberta sua embaixada em Cabul, apesar das incertezas em questão de segurança.
Pequim segue desconfiando da atitude dos talibãs em relação aos militantes separatistas islâmicos uigures presentes no Afeganistão e que tentam se infiltrar na região fronteiriça de Xinjiang. O porta-voz Wenbin afirmou que a China espera que o novo governo afegão lute contra qualquer tipo de terrorismo.
A China poderá ser uma valiosa fonte de apoio econômico para o novo Afeganistão liderado pelos talibãs, porém os investimentos chineses virão apenas se a segurança for restaurada, dizem os especialistas.