China pede ‘cessar-fogo imediato’ no Oriente Médio após ataque dos EUA
Embaixador da China na ONU disse que os EUA violaram o direito internacional ao atacar o Irã

O embaixador da China na ONU (Organização das Nações Unidas), Fu Cong, pediu, neste domingo (22), o “cessar-fogo imediato” na escalada de conflito entre o Irã, Israel e os EUA. A China também condenou os ataques feitos, na noite do sábado (21), pelos EUA contra três instalações nucleares.
A declaração aconteceu durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU. O encontro ocorreu após pedido do embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani.
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Conforme Cong, as ações dos EUA “violaram” os princípios da carta da ONU e do direito internacional. No entanto, ele reconheceu que as ações do Irã exarcebaram “as tensões no Oriente Médio e foi um golpe ao tratado” de não-proliferação de armas nucleares.
O embaixador fez três pedidos ao conselho. O primeiro foi o cessar-fogo, alegando que as partes envolvidas no conflito devem diminuir as tensões para impedir o aumento do conflito.
O segundo pedido foi pela proteção dos civis. “As vítimas de todos os conflitos são pessoas inocentes. A China fica entristecida pelo número de vítimas causada por esse conflito. Civis não devem ser alvos de operações militares. O direito internacional humanitário não deve ser violado”, alegou o embaixador.
Por fim, Cong pediu que a proposta de cessar-fogo elaborada pela China, Paquistão e Rússia seja aprovada ainda hoje pelo conselho. O documento pede a proteção de civis, o respeito ao direito internacional e o engajamento no diálogo e negociação.
Contudo, assim como a China, os EUA possuem poder de veto na votação, o que pode impedir a aprovação da proposta.
“Esperamos que os membros possam apoiar essa resolução para permitir que o conselho de segurança preencha seu papel de responsabilidade. A China está pronta para trabalhar com a comunidade internacional para restaurar a paz e estabilidade no oriente médio”, disse.
O embaixador afirmou também que a paz no Oriente Médio não será atingida por meio da força e que o diálogo e a negociação são “as saídas existentes”.
“Hoje, as formas diplomáticas não se esgotaram e ainda há esperança. As partes devem se comprometer a um acordo político sobre a questão nuclear iraniana e trazer soluções através do diálogo e negociação a fim de buscar um acordo aceitável para todas as partes”, afirmou.
O embaixador ainda chamou atenção para a responsabilidade do conselho da ONU, que deve manter a segurança e a paz internacional. “(O conselho) não pode ficar em silêncio diante de uma crise como essa”, alegou.
EUA atacam o Irã
Na noite do sábado (21), os EUA atacaram três instalações nucleares do Irã durante uma ofensiva coordenada e mantida em sigilo até sua execução.
A operação, batizada de Midnight Hammer (Martelo da Meia-noite), mobilizou bombardeiros B-2 partindo diretamente do território norte-americano e contou com o lançamento de mísseis Tomahawk por um submarino posicionado no Golfo Pérsico.
Durante coletiva no Pentágono, o secretário de Defesa Pete Hegseth afirmou que os bombardeios contra três instalações nucleares iranianas “devastaram o programa nuclear do Irã”.
Há pouco, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, afirmou que os recentes ataques realizados pelos EUA contra instalações nucleares no Irã foram um ato “necessário” e uma “decisão corajosa”.
Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a “diplomacia deve prevalecer e civis devem ser protegidos”.
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