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China se diz pronta para cooperar com Brasil na defesa do sistema multilateral de comércio

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, reiterou que guerras tarifárias não têm vencedores

Internacional|Do R7

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • A China se oferece para cooperar com o Brasil em defesa do comércio multilateral.
  • Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, critica as guerras tarifárias, afirmando que não há vencedores.
  • O governo brasileiro busca fortalecer relações com países do Brics e defende uma política externa baseada no diálogo e na soberania.
  • Especialistas alertam para os desafios de utilizar fóruns multilaterais como OMC e Brics contra tarifas, enquanto a estratégia do Brasil é manter o equilíbrio entre potências.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, criticou as guerras tarifárias Divulgação/Ministry of Foreign Affairs People’s Republic of China - 28.7.2025

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, declarou nesta segunda-feira (28) que o gigante asiático está pronto para trabalhar com o Brasil e outros países em defesa de um comércio justo multilateral, em meio as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros.

“A China está pronta para trabalhar com o Brasil, outros países da América Latina e do Caribe e os países do Brics para, em conjunto, defender o sistema multilateral de comércio centrado na OMC [Organização Mundial do Comércio] e a equidade e justiça internacionais”, disse, em coletiva de imprensa.


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Além disso, Jiakun reafirmou que as guerras tarifárias “não têm vencedores”. “A China já deixou clara sua posição sobre os aumentos de tarifas dos EUA sobre o Brasil. Permitam-me enfatizar que as guerras tarifárias não têm vencedores e que práticas unilaterais não atendem aos interesses de ninguém”, afirmou.

Por diversas vezes, o Brasil já deu acenos aos países que compõe o Brics para fortalecer as relações. Membros do governo defendem uma política externa multilateral, baseada em diálogo, respeito à soberania e equilíbrio entre as nações.


Porém, especialistas alertam para possíveis consequências que de se acionar órgãos como Brics e OMC contra tarifaço, que pode se tornar um “erro estratégico”.

“A capacidade dos fóruns multilaterais de atuarem como escudos diplomáticos é limitada e depende do tipo de fórum”, explica Guilherme Frizzera, especialista em relações internacionais.


“O Brics e o G20 não oferecem instrumentos jurídicos ou coercitivos, mas podem ser utilizados como plataformas de pressão política e coordenação com outros países que compartilhem preocupações semelhantes”, afirma.

A resposta combativa do presidente Lula, que chegou a dar pessoalmente a ordem de acionar a OMC em telefonema ao chanceler Mauro Vieira, visa preservar a imagem do Brasil como ator global independente.


“O entorno de Lula começa a ver esse episódio como um trunfo inesperado, com o poder de projetar a popularidade do presidente a partir de um discurso de enfrentamento e autonomia, mas essa retórica pode ser fulminada rapidamente, com os efeitos econômicos da taxação atingindo diretamente o bolso e o emprego do cidadão comum.”

Diálogo

A crise também reabre o debate sobre a tradicional estratégia brasileira de manter uma posição de equilíbrio entre grandes potências.

Segundo o coordenador do curso de relações internacionais da Universidade Católica de Brasília, Gustavo Menon, o diálogo é a melhor iniciativa para um acordo.

O conselho dele é enfrentar o desafio, diante da melhor tradição diplomática brasileiro, e seguir com os diálogos universalistas.

“Dessa forma, não negociar de maneira construtiva tende a aprofundar impactos negativos sobre a economia e a reputação internacional do Brasil, como revelam os inúmeros precedentes de outros países que já enfrentaram a mesma encruzilhada diplomática”, aponta Menon.

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