Colômbia esteriliza 24 dos lendários hipopótamos de Pablo Escobar
Parte dos 80 animais que se multiplicaram em um zoológico particular do traficante passou por castração química
Internacional|Do R7
Autoridades da Colômbia informaram nesta sexta-feira (15) que 24 dos 80 hipopótamos que vivem nas redondezas da antiga fazenda do falecido líder do cartel de Medellín Pablo Escobar, no noroeste do país, foram esterilizados em uma tentativa de conter o crescimento "descontrolado" da espécie, considerada "invasora".
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O medicamento GonaCon foi injetado nos hipopótamos "através de dardos disparados em animais que foram capturados e isolados", disse um boletim da Cornare, organização regional de proteção ambiental.
Também foram usados "rifles de dardos" para esterilizar animais que estão em lagos da região, em uma operação financiada e apoiada tenicamente pelos EUA.
A população da espécie tem crescido de maneira desordenada desde que o chefe do tráfico adquiriu um hipopótamo macho e uma fêmea para um zoológico que construiu na antiga fazenda Nápoles, hoje transformada em um parque de diversões.
Castração química
"Trata-se de um anticoncepcional que é efetivo tanto em machos como em fêmeas e é mais econômico e seguro que uma esterilização cirúrgica", diz o comunicado da Cornare.
A entidade afirmou que espera que a iniciativa seja uma "referência mundial para o controle da população de hipopótamos invasores, um caso único no planeta".
"Mesmo assim, não deixa de ser uma operação complexa, já que os especialistas sugerem que é necessário aplicar três doses, com base em estudos e comparações realizados em outros animais de grande porte, como cavalos", afirma a nota.
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A castração química se soma à de outros 11 espécimes que já tinham sido esterilizados da maneira tradicional.
Deixados à própria sorte na fazenda que foi abandonada depois que Escobar foi morto pela polícia, em 1993, os hipopótamos se multiplicaram. Os outros animais que viviam no local, como flamingos, girafas, zebras e cangurus, foram vendidos a zoológicos.
Cientistas alertam que essa herança insólita do traficante pode se constituir na maior manada de hipopótamos fora da África e representar um grande problema ambiental para a Colômbia.
"A presença desses animais em um ecossitema que não é propriamente o deles traz consequências como a redução da fauna local, a mudança nos ecossistemas e os ataques a pescadores. Tudo isso porque o crescimento da população está fora de controle", alertou David Echeverri, especialista em gestão ambiental da Cornare citado na nota.
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