Com Bolsonaro na plateia, Trump ataca Biden em congresso nos Estados Unidos
Ex-presidente americano usou palco para promover campanha de volta à Casa Branca diante de apoiadores conservadores
Internacional|Do R7
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump discursou na noite deste sábado (4) na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), em National Harbor, Maryland. O republicano usou o palco do congresso para atacar o governo de Joe Biden, provável adversário democrata na corrida eleitoral pela Casa Branca em 2024.
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Antes mesmo de subir ao palco, a plateia e a organização do evento davam o tom do que seria o discurso de Trump, que durou cerca de uma hora e meia. Anunciado como o próximo presidente dos Estados Unidos, o pré-candidato republicano subiu ao palanque e viu placas no público como "Nós queremos Trump" e "Trump estava certo".
Na plateia também estava o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, que foi aplaudido de pé aos gritos de "mito, mito, mito" entoado pelos presentes na conferência. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) também estava no evento.
Trump iniciou o discurso falando que "forças sinistras" fizeram de tudo para destruir os Estados Unidos, tornando o país a "lixeira socialista" na qual eram despejados criminosos e refugiados que nenhuma outra nação gostaria de receber.
O republicano também prometeu, caso seja eleito, diminuir o tamanho da máquina pública norte-americana. "Vamos terminar o que começamos. Vamos completar a missão", afirmou Trump. "Vamos fazer a América grande de novo."
O ex-presidente foi duro nas críticas a Biden, citando diferentes questões que o democrata enfrentou nos últimos três anos, como a retirada do Afeganistão, considerada desastrada por especialistas.
“A saída do Afeganistão foi o momento mais embaraçoso da história dos Estados Unidos”, lamentou Trump, dizendo que até os cachorros que auxiliavam as Forças Armadas norte-americanas ficaram para trás.
O republicano também criticou a posição do governo Biden diante da guerra na Ucrânia, na qual os Estados Unidos já investiram mais de uma centena de bilhão de dólar em ajuda militar. Na visão do ex-presidente, é errado dar “dinheiro ilimitado para uma guerra estrangeira que não acaba”.
Trump, que rotineiramente criticava a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), exigiu uma contribuição financeira maior da organização diante do conflito na Ucrânia, na qual os EUA são o maior doador do lado de Kiev.
Em um tom descontraído, Trump também afirmou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não realizou nenhum tipo de invasão durante o seu mandato, diferente do que aconteceu com os antecessores e o sucessor.
“Com Bush, foi Georgia. Obama, Crimeia. Biden... invadiu tudo”, ironizou o pré-candidato republicano.
Questões jurídicas
Trump não deixou de citar os processos abertos pela justiça norte-americana contra ele após deixar a presidência. O republicano entende as questões judiciais como uma perseguição do Grande Júri ao empresário por ter feito o que é certo durante os anos na Casa Branca.
“Meus oponentes estão fazendo de tudo para me machucar politicamente porque estão com medo de mim e de vocês”, disse Trump. “Eles sabem que, quando retornamos ao poder, vamos trazer as mentiras, corrupção e desinformação à tona.”
O republicano também ironizou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, chamando a instituição de “Departamento de Injustiça”. Biden, mais uma vez, foi citado pelo pré-candidato.
“A administração Biden é a administração mais corrupta da história dos Estados Unidos”, afirmou Trump. “Se eles vencerem, não teremos mais um país. Faço isso por vocês.”