Comissão Interamericana pede proteção a opositora venezuelana por ‘situação grave’
Entidade concedeu medidas cautelares a Oropeza, que estaria desaparecida desde a sua prisão no último dia 6
Internacional|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília
Em meio a prisão da chefe regional de campanha do bloco da oposição venezuelana, María Oropeza, a CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) solicitou a Venezuela que adote medidas para protegê-la. No último sábado (10), a Comissão concedeu medidas cautelares a Oropeza por considerar que ela se encontra em “situação grave e urgente”. A chefe de campanha foi presa em 6 de agosto, mas familiares não receberam notícias do seu paradeiro.
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A CIDH apontou que Oropeza estaria em situação de “desaparecimento forçado” desde a suposta invasão em sua residência por parte de agentes da Direção-Geral de Contrainteligência Militar venezuelana. A Comissão informou, ainda, que a mãe de María a procurou em todos os centros de detenção de Guanare e Acarigua, mas não teve informações.
A CIDH é um órgão autônomo da OEA (Organização dos Estados Americanos), que tem por objetivo promover a defesa dos direitos humanos, atuando como órgão consultivo da OEA sobre o assunto. A Comissão é composta por sete membros independentes eleitos pela Assembleia Geral da OEA a título pessoal e não representam seus países de origem ou residência.
Na resolução, o órgão também solicitou que o governo venezuelano informe as ações tomadas para investigar os “supostos fatos que deram origem à adoção desta medida cautelar e assim evitar sua repetição”. A medida cautelar atende um pedido da organização “Ladies of Liberty Alliance”.
Venezuela
No final de julho, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi proclamado vencedor das eleições no país. O resultado é contestado por parte da comunidade internacional e pela oposição venezuelana. No início deste mês, os três países divulgaram um comunicado em que citam “controvérsias sobre o processo eleitoral” e pedem aos agentes “cautela” para evitar o agravamento da situação no país.
Em comunicado conjunto, os governos do Brasil, México e Colômbia citaram “controvérsias sobre o processo eleitoral” e pediram aos agentes venezuelanos “cautela” para evitar o agravamento da situação no país. No documento, os três países pediram, ainda, a publicação dos dados eleitorais completos das atas de votação. “O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados”, destacam os países.
Os Estados Unidos deu início ao reconhecimento de Edmundo González como presidente eleito da Venezuela. Em seguida, a Argentina, Uruguai, Costa Rica e Peru foram algum dos países que se pronunciaram a favor do candidato da oposição.