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Como é a ‘estratégia de estocagem’ anunciada pela Europa em meio à ameaça russa

União Europeia lança plano inédito de armazenamento de suprimentos para proteger bloco contra crises

Internacional|Do R7

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União Europeia lança plano inédito de armazenamento de suprimentos para proteger bloco contra crises Divulgação/União Europeia

A União Europeia (UE) anunciou na quarta-feira (9) um plano pioneiro para criar estoques estratégicos de bens essenciais, como alimentos, água, combustíveis e medicamentos, para enfrentar crises como pandemias, desastres naturais, apagões, ameaças nucleares ou químicas e até conflitos armados.

Batizada de “estratégia de estocagem”, a iniciativa é uma resposta às crescentes tensões geopolíticas, alavancadas pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, e aos alertas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) sobre a possibilidade de um ataque russo à aliança em até cinco anos


RESUMO DA NOTÍCIA

  • A União Europeia anunciou um plano inédito de armazenamento de suprimentos essenciais para crises.
  • A estratégia visa garantir a disponibilidade de alimentos, água, combustíveis e medicamentos frente a ameaças como conflitos e desastres naturais.
  • A medida busca fortalecer a coordenação entre os países membros, levando em consideração suas diferentes vulnerabilidades.
  • Embora ambiciosa, ainda não há um orçamento específico para a implementação da estratégia, que depende de negociações futuras.

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A estratégia, que envolve os 27 países do bloco, busca garantir que itens indispensáveis para o funcionamento das sociedades e para salvar vidas estejam sempre disponíveis. “Quanto mais nos prepararmos, menos entraremos em pânico”, disse Hadja Lahbib, comissária europeia para Preparação e Gestão de Crises, durante o anúncio.

O plano prevê a criação de uma rede entre os países para coordenar esforços, identificar vulnerabilidades e ampliar os estoques em nível europeu.


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A iniciativa surge em um momento de alerta elevado, especialmente devido à proximidade geográfica de alguns países da UE com a Rússia. Nações como Finlândia, Estônia, Lituânia e Polônia, que fazem fronteira com o território russo ou com o exclave de Kaliningrado, já demonstram preocupação com um possível conflito.

“Se você tem uma fronteira de mil quilômetros com a Rússia, você se sente potencialmente ameaçado por uma guerra”, disse Lahbib.


A comissária disse, no entanto, que as ameaças não se limitam a conflitos armados: países como a Espanha, por exemplo, estão mais preocupados com desastres naturais, como incêndios florestais.

Além de ameaças geopolíticas, como ataques híbridos e cibernéticos patrocinados por governos estrangeiros, a UE também quer estar preparada para crises como a pandemia de Covid-19, quando houve escassez de máscaras, medicamentos e vacinas.


Para isso, o plano inclui o desenvolvimento de um sistema de monitoramento de esgoto, que funcionaria como um alerta precoce para doenças infecciosas, e a criação de estoques estratégicos de equipamentos médicos e de proteção contra ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares.

O que será estocado?

A estratégia de estocagem abrange itens como:

  • Produtos para purificação de água e geradores, essenciais em cenários de crise energética;
  • Equipamentos para reparo de infraestrutura, como cabos submarinos, que são vulneráveis a ataques;
  • Drones e pontes móveis, que podem ser usados em situações de conflito; e
  • Suprimentos agroalimentares, como fertilizantes, sementes e ração animal, além de combustíveis e sistemas de energia de reserva.

A UE também recomenda, desde março, que cada cidadão tenha um “kit de sobrevivência” com suprimentos para três dias, incluindo água, alimentos não perecíveis e lanternas, para enfrentar emergências.

Cooperação e planejamento

O plano não adota uma abordagem única, já que os países da UE enfrentam riscos diferentes. A Finlândia e a Estônia, por exemplo, têm maior experiência na preparação para conflitos devido à sua proximidade com a Rússia, enquanto outros países priorizam desastres naturais.

“A consequência é a mesma para os cidadãos em caso de apagão, não importa se é um ataque terrorista, um ataque híbrido ou um desastre climático”, disse Lahbib.

A estratégia também busca maior integração com a Otan, especialmente com os 23 países da UE que são membros da aliança. A ideia é evitar duplicações e criar propostas complementares, como uma lista de contramedidas médicas de uso duplo, que será apresentada até o fim do ano.

Saúde pública e lições da pandemia

A estratégia inclui medidas específicas para crises de saúde pública. Durante a pandemia de Covid-19, a escassez de vacinas e equipamentos médicos expôs vulnerabilidades do bloco.

Agora, a UE planeja acelerar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas e medicamentos, além de garantir acesso equitativo a esses recursos.

“Todos nos lembramos dos longos e difíceis meses de espera durante a Covid-19. Na próxima crise, queremos encurtar essa espera o máximo possível”, afirmou Lahbib.

Embora a estratégia seja ambiciosa, ainda não há um orçamento específico reservado para implementação. Lahbib afirmou que a Comissão Europeia negociará recursos no próximo Quadro Financeiro Plurianual, o orçamento de sete anos do bloco, cujas primeiras propostas serão apresentadas na próxima semana.

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