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Como são os mísseis balísticos, armas usadas pelo Irã nos ataques contra Israel

Forças iranianas têm respondido às ofensivas israelenses com centenas de mísseis; mortes nos dois países passam de 240

Internacional|Do R7

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Imagem de arquivo mostra arsenal de mísseis balísticos iranianos Reprodução/X/@Terror_Alarm

Desde o início do conflito, na última sexta-feira (13), o Irã tem reagido aos ataques de Israel contra suas instalações nucleares e militares lançando centenas de mísseis balísticos sobre o território israelense.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram que, entre sexta e terça-feira (17), cerca de 370 mísseis balísticos foram disparados pelo Irã contra o país, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP).


Apesar de Israel conseguir interceptar muitos desses projéteis, especialmente por causa do sistema Domo de Ferro, alguns romperam as defesas e causaram danos significativos, inclusive em Tel Aviv, a maior cidade israelense.

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Israel diz que a ofensiva é uma medida preventiva às intenções do Irã de desenvolver armas nucleares. Teerã, por sua vez, nega a alegação há anos, afirmando que o programa nuclear do país possui somente fins pacíficos.


Os dois países trocam ataques aéreos desde então. O Irã diz que mais de 220 pessoas morreram, incluindo mulheres e crianças. Já Israel afirma que os contra-ataques iranianos deixaram mais de 20 mortos.

O que são mísseis balísticos?

Mísseis balísticos são armas de longo alcance projetadas para transportar ogivas, que podem ser convencionais ou nucleares, seguindo uma trajetória curva, conhecida como trajetória balística – daí o nome.


Esses mísseis são impulsionados por potentes motores de foguete que os levam à atmosfera superior ou até ao espaço. Após o desligamento dos motores, o míssil segue uma trajetória predeterminada, reentrando na atmosfera em uma descida íngreme até atingir o alvo.

Esses projéteis são classificados pelo alcance, de acordo com a rede Al Jazeera:


  • Míssil balístico de alcance de campo de batalha (BRBM): menos de 200 km;
  • Míssil balístico de curto alcance (SRBM): menos de 1.000 km;
  • Míssil balístico de médio/intermediário alcance (MRBM/IRBM): entre 1.000 km e 3.500 km;
  • Míssil balístico de longo alcance (LRBM): entre 3.500 km e 5.500 km; e
  • Míssil balístico intercontinental (ICBM): mais de 5.500 km.

A velocidade é outro fator crítico. Medida em Mach (uma unidade equivalente à velocidade do som, cerca de 1.225 km/h), alguns mísseis balísticos atingem velocidades supersônicas (acima de Mach 1), enquanto outros, especialmente de longo alcance, alcançam velocidades hipersônicas, superiores a Mach 5 (6.125 km/h).

A distância entre o Irã e Israel, de aproximadamente 1.300 a 1.500 km, permite que mísseis balísticos a Mach 5 alcancem o território israelense em cerca de 12 minutos, por exemplo.

Como é o arsenal do Irã

O tamanho exato do arsenal iraniano não é conhecido, mas é considerado um dos maiores e mais avançados do Oriente Médio. Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), os EUA estimam que o Irã possua mais de 3.000 mísseis balísticos.

Em abril do ano passado, a agência iraniana ISNA revelou que o país tem ao menos nove tipos de mísseis de médio alcance, capazes de atingir Israel. Alguns deles são:

  • Sejil: atinge velocidades superiores a 17.000 km/h e tem alcance de 2.500 km;
  • Kheibar: alcance de 2.000 km; e
  • Haj Qasem: alcance de 1.400 km.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse em uma declaração em vídeo na sexta-feira (13) que o Irã planeja intensificar a produção de mísseis balísticos.

Segundo Netanyahu, a meta do país é fabricar 300 mísseis balísticos por mês e alcançar um arsenal total com 20 mil unidades nos próximos seis anos.

Por que são tão perigosos?

Os mísseis balísticos são temidos por causa da combinação entre longo alcance, alta velocidade e dificuldade de interceptação. Isso porque a trajetória alta e rápida dessas armas oferece pouco tempo de reação para as defesas aéreas.

Alguns modelos, segundo a Al Jazeera, utilizam chamarizes ou contramedidas para enganar radares, dificultando ainda mais a interceptação. A reentrada na atmosfera, em alta velocidade, torna a defesa um desafio adicional.

Além dos mísseis balísticos, o Irã também emprega mísseis de cruzeiro, que voam em baixa altitude, semelhantes a aviões sem piloto. Embora mais lentos – levam cerca de duas horas para chegar a Israel, bem mais que os 12 minutos dos mísseis balísticos –, a trajetória baixa e capacidade de manobra dificultam a detecção e interceptação.

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