Coreia do Norte envia milhares de soldados para a Rússia disfarçados de operários
Fontes da inteligência sul-coreana estimam que mais de 10 mil militares norte-coreanos estejam posicionados em território russo
Internacional|Do R7
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A Coreia do Norte enviou milhares de militares para a Rússia sob o disfarce de trabalhadores civis desde setembro, segundo o Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS). O envio envolveria cerca de 5 mil soldados de construção e mil engenheiros norte-coreanos destacados para regiões próximas à fronteira com a Ucrânia. As informações foram confirmadas por parlamentares sul-coreanos nesta terça-feira (4).
O parlamentar Lee Seong-Kweun afirmou que “cerca de 5 mil soldados de construção norte-coreanos foram realocados sequencialmente para a Rússia desde setembro e espera-se que sejam mobilizados para a reconstrução da infraestrutura”. Segundo o NIS, os engenheiros enviados integram unidades encarregadas de desarmar minas terrestres em áreas próximas ao front de guerra.
Fontes da inteligência sul-coreana estimam que mais de 10 mil militares norte-coreanos estejam atualmente posicionados em território russo, alguns deles em funções de segurança e apoio logístico. Agências de inteligência monitoram ainda o recrutamento e o treinamento de novos grupos de soldados na Coreia do Norte, o que indica que outros destacamentos podem ser enviados nos próximos meses.
O NIS informou que ao menos 600 soldados norte-coreanos morreram em combate na Ucrânia e milhares ficaram feridos. Um relatório anterior, publicado em setembro, citou estimativas de que o número de mortos pode ultrapassar 2 mil.
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De acordo com analistas citados pela agência, o envio de militares faz parte de um acordo mais amplo de cooperação entre Pyongyang e Moscou. Em troca da mão de obra e do apoio logístico, a Coreia do Norte receberia tecnologia militar, recursos financeiros, alimentos e energia. A parceria ajuda o regime de Kim Jong-un a contornar as sanções impostas pela ONU em razão dos programas nucleares e de mísseis balísticos.
Um grupo de monitoramento das sanções da ONU alertou em outubro que Pyongyang poderia enviar até 40 mil trabalhadores adicionais para a Rússia, incluindo especialistas em tecnologia da informação. A expansão da presença norte-coreana no país representaria uma violação direta das restrições internacionais.
O Ministério da Defesa do Reino Unido também relatou recentemente a presença de soldados norte-coreanos na região russa de Kursk. Segundo a pasta, eles estariam ajudando a direcionar ataques de foguetes contra a região ucraniana de Sumy, utilizando drones.
A Coreia do Norte nega oficialmente qualquer envolvimento militar na guerra da Ucrânia, mas o crescente fluxo de trabalhadores e engenheiros para áreas estratégicas reforça as suspeitas de que o país esteja ampliando seu papel no conflito em apoio direto a Moscou.
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