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Crise no Peru: ministro do Trabalho renuncia após número de mortes em protestos se aproximar de 50

Presidente Dina Boluarte, alvo dos atos, garante que não deixará governo mesmo após jovem de 16 anos morrer com tiro na cabeça

Internacional|Do R7, com informações da EFE

Ao menos 49 pessoas já morreram em manifestações contra o governo do Peru
Ao menos 49 pessoas já morreram em manifestações contra o governo do Peru Ao menos 49 pessoas já morreram em manifestações contra o governo do Peru

O ministro do Trabalho do Peru, Eduardo García Birimisa, apresentou na última quinta-feira (12) sua carta de renúncia à presidente Dina Boluarte, a quem pediu que se desculpe e reconheça os erros na resposta de seu governo aos protestos que já deixaram quase 50 mortos desde dezembro, 21 deles nos últimos quatro dias.

“Agradeço à presidente, Dina Boluarte, e ao primeiro-ministro, Alberto Otárola, por me darem a oportunidade de servir o meu país”, escreveu García Birimisa na sua conta no Twitter, onde compartilhou a carta que enviou à chefe de Estado.

A onda de manifestações no Peru se concentra no descontentamento 

Na carta, o agora ex-titular da pasta de Trabalho afirmou que a crise social e política no Peru “merece uma mudança de rostos nos rumos do país e uma antecipação de eleições que não podem esperar até abril de 2024”.

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“Não fazer isso, penso eu, gera um desgaste que, pelo menos no meu caso, me impossibilita de pôr em prática a construção de um diálogo que considero que o país necessita”, lê-se no documento.

Nesse sentido, o ex-ministro, que tomou posse em dezembro do ano passado, defendeu a necessidade de "um ato político" e "um pronunciamento do governo que expresse a dor" pelas 49 vidas perdidas nos protestos, que exigem a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso e novas eleições para este ano.

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“É preciso pedir desculpas à população e reconhecer que foram cometidos erros que devem ser corrigidos para que isso não volte a acontecer”, reiterou.

García Birimisa acrescentou que a polarização que o país enfrenta “se reflete nas atitudes” do Congresso e por isso expressou a necessidade de “entrar em um processo de reflexão”.

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“Precisamos saber discutir com um diálogo sério, no qual validemos a posição do outro e nos esforcemos para entender suas razões, só assim poderemos nos respeitar e nos identificar”, completou. 

Sem renúncia da presidente

O primeiro-ministro do Peru, Alberto Otárola, garantiu ontem que a presidente Dina Boluarte não vai renunciar, contrariando uma das demandas dos protestos que exigem sua renúncia e que já deixaram quase 50 mortos desde que explodiram em dezembro do ano passado.

"A senhora presidente não vai renunciar. Não porque ela não queira, mas porque a Constituição exige que se consolide essa sucessão constitucional que aconteceu", declarou Otárola em entrevista coletiva após um Conselho de Ministros.

O primeiro-ministro acrescentou que "deixar a presidência da República abriria uma comporta muito perigosa para a anarquia e o desgoverno".

"E isso não vai acontecer", assegurou.

Juliaca é epicentro

Uma pessoa morreu nesta quinta-feira na cidade de Juliaca, no sul do Peru, onde ocorreram violentos confrontos entre manifestantes e forças de segurança desde a segunda-feira (9), elevando para 49 o número total de mortes durante os protestos antigovernamentais que estão ocorrendo no Peru.

O último relatório divulgado hoje pela Ouvidoria Pública confirmou a morte de um civil de 16 anos em Juliaca, cidade da região de Puno, que, segundo diversos meios de comunicação, foi baleado na cabeça na segunda-feira, quando outros 17 manifestantes foram mortos nos confrontos.

Dessa forma, até o momento, 41 manifestantes morreram em confrontos diretos com as forças da ordem, além de um policial, enquanto outras sete pessoas perderam a vida "devido a acidentes de trânsito e eventos relacionados a bloqueios", segundo dados do órgão público.

A Ouvidoria também informou que 17 agentes da Polícia Nacional permanecem hospitalizados em Puno depois de terem sido feridos nos confrontos.

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