Cuba pede à população que se arme contra manifestações
Segundo Observatório Cubano de Direitos Humanos, cidadãos foram orientados a conter os atos de 15 de novembro
Internacional|Letícia Sepúlveda, do R7
O Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH) denunciou, nesta quarta-feira (27), que o regime ditatorial de Cuba liderado por Miguel Díaz-Canel enviou ordens a grupos civis para que reprimam com “paus e objetos contundentes” os participantes dasmanifestações do próximo dia 15 de novembro.
Os protestos contra a falta de liberdade na ilha foram convocados para ocorrer de forma organizada e pacífica em diversos pontos de Cuba. O OCDH fez um alerta à comunidade internacional para que garanta o direito de manifestação aos cidadãos cubanos.
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“Assistimos à perigosa demonstração de ódio entre os cidadãos promovida pelo governo, ao orientar as pessoas a se armarem com paus para reprimir outras que decidem aderir à manifestação pacífica. Responsabilizamos Miguel Díaz-Canel pelo cenário de violência que está gerando com decisões como essa”, denunciou Alejandro González Raga, diretor-executivo da OCDH, de acordo com o site Infobae.
Nas manifestações de 11 de julho deste ano, milhares de cubanos saíram às ruas em 40 cidades e povoados do país. Os protestos foram reprimidos com violência e deixaram um morto, dezenas de feridos em mais de 100 detidos.
Segundo Raga, o regime cubano está ameaçando os organizadores da manifestação e, possivelmente, se prepara para reprimir ativistas. Desde o início de 2020, o governo de Cuba começou a vigiar residências das pessoas que são do movimento antirregime para impedi-las de sair de casa. Neste ano foram documentadas 2.592 habitações.
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O pedido do governo a grupos civis para que reprimam os manifestantes do 15N (15 de novembro) faz parte de iniciativas políticas anteriores para desestimular a participação dos cidadãos em protestos. Nos atos de 11 de julho houve a solicitação de “penalidades exemplares” para os participantes dos protestos.
A promotoria da província de Mayabeque pediu penas de até 25 anos de prisão contra as pessoas que estão presas por causa das marchas de julho. As prisões se deram com a utilização de crimes comuns, como desacato, instigação à prática do crime e desordem pública.