ONU pede libertação de manifestantes e diálogo em Cuba
Milhares de pessoas saíram às ruas do país na última semana diante da pior crise econômica dos últimos 30 anos
Internacional|Do R7
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu nesta sexta-feira (16) a libertação urgente dos manifestantes detidos em Cuba e um diálogo entre o governo comunista e os cidadãos, além do levantamento das sanções contra a ilha.
"Peço ao governo que aborde as demandas dos manifestantes por meio do diálogo, e que respeite e proteja plenamente os direitos de todas as pessoas à reunião pacífica e à liberdade de opinião e de expressão", pediu Bachelet, em comunicado.
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Em 11 de julho, milhares de pessoas saíram às ruas em 40 cidades e povoados de Cuba, mergulhada na pior crise econômica em 30 anos. Os protestos, que continuaram em algumas partes da ilha na segunda-feira, deixaram um morto, dezenas de feridos e mais de 100 detidos.
"Estou muito preocupada com o suposto uso excessivo da força contra os manifestantes em Cuba e com a prisão de um grande número de pessoas, entre elas vários jornalistas", disse Bachelet.
"É especialmente preocupante que, entre elas, haja pessoas supostamente incomunicáveis e pessoas cujo paradeiro é desconhecido. Todas as pessoas detidas por exercerem seus direitos devem ser libertadas urgentemente", acrescentou.
Históricas na ilha, as manifestações provocaram um primeiro gesto do governo: a autorização para que os cubanos entrem no país com alimentos, produtos de higiene e remédios, sem limite de valor e pagamento de tarifas, até o final do ano. A medida é boa, mas insuficiente, segundo vários cidadãos.
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Bachelet reiterou seu apelo "à suspensão das sanções setoriais unilaterais, dado seu impacto negativo nos direitos humanos, incluindo o direito à saúde". Ela também pediu que seja plenamente restabelecido o acesso à internet e às redes sociais no país, cortado desde domingo pelo governo.
Em Washington, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, reforçou o apelo da comissária. "Nós nos somamos ao pedido de Bachelet para que a ditadura cubana liberte as pessoas detidas e ponha fim à repressão. Cuba precisa de democracia e liberdade para desenvolver sua economia e para que sua gente viva com dignidade", expressou em sua conta no Twitter.