Damasco acusa Turquia de ser rota para terroristas que entram na Síria

Beirute, 12 jan (EFE).- O governo de Damasco afirmou nesta segunda-feira que a Turquia é "uma rota principal" para os "terroristas estrangeiros" que se infiltram na Síria e que depois retornam a seus países de origem, segundo um comunicado do Ministério de Relações Exteriores sírio. Na nota, divulgada pela agência de notícias oficial síria, "Sana", o órgão declarou que prova desta acusação é a confirmação por parte do chefe da diplomacia turca, Mevlüt Çavusoglu, que Hayat Boumedienne (mulher do jihadista francês Amedy Coulibaly), entrou na Turquia em 2 de janeiro e chegou à Síria no dia 8. Ela é a suposta cúmplice de Coulibaly, que foi morto pela polícia na sexta-feira após assassinar uma policial municipal e tomar uma dezena de reféns em um supermercado judeu de Paris, quatro dos quais morreram. A fonte do Ministério sírio destacou que a facilidade com que os terroristas se movimentam pelo território turco reafirma o envolvimento do Executivo de Ancara com esses grupos armados e lhe transforma em um "cúmplice direto" no derramamento de sangue de inocentes na Síria e no resto do mundo. A mesma fonte pediu à comunidade internacional para que tome medidas efetivas e ponha fim à "política destrutiva da Turquia, que é responsável direta pelo auge da atividade terrorista 'takfiri' (muçulmana radical) na região". Ela também solicitou que sejam aplicados todos os mecanismos que contemplam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU para cessar o apoio ao terrorismo e acabar com a presença de combatentes estrangeiros na Síria. EFE ssa/cdr