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Diplomacia intensifica esforços por cessar-fogo entre Hamas e Israel

Até o momento, pelo menos 239 pessoas já morreram no conflito; ONU marca reunião para quinta que vem após pedido do Paquistão

Internacional|Do R7, com AFP

Após EUA, Alemanha entra nas discussões por cessar-fogo entre Israel e Hamas
Após EUA, Alemanha entra nas discussões por cessar-fogo entre Israel e Hamas Após EUA, Alemanha entra nas discussões por cessar-fogo entre Israel e Hamas

Os esforços diplomáticos devem ser intensificados nesta quinta-feira (20) para tentar acabar com a escalada bélica entre Israel e Hamas, grupo extremista que governa a Faixa de Gaza, depois de uma nova noite de bombardeios.

Após um pedido do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a favor de uma "desescalada" imediata nos confrontos que deixaram pelo menos 239 mortos em 10 dias, em sua maioria palestinos, e do fracasso de uma resolução apresentada pela França na ONU, bloqueada por Washington, chegou a vez de a Alemanha tentar conseguir o fim da violência.

O chefe da diplomacia alemã, Heiko Mass, está em Israel para negociações e expressou "solidariedade" ao país, ao mesmo tempo que pediu um cessar-fogo entre o Estado hebreu e o Hamas.

"Consideramos que o que Israel faz está contemplado no direito à autodefesa", declarou Maas durante uma entrevista coletiva ao lado do ministro israelense das Relações Exteriores, Gabi Ashkenazi.

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"Israel faz uso agora desse direito e esse direito implica não permitir que as instalações de onde procedem os ataques contra alvos israelenses continuem funcionando", acrescentou em Tel Aviv, em referência aos ataques do exército do Estado hebreu, desde 10 de maio, no enclave palestino em resposta ao lançamento de foguetes.

"Deixe-me voltar a afirmar de maneira muito clara: para nós, a segurança de Israel e com ela a segurança de todos os judeus na Alemanha não é negociável e Israel sempre pode contar com isso", afirmou.

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Maas apontou, no entanto, que "o número de vítimas aumenta a cada dia e isso também nos preocupa muito. É por isso que apoiamos os esforços internacionais para instaurar um cessar-fogo".

O chefe da diplomacia alemã será recebido durante a noite pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, mas não terá conversas diretas com o Hamas, organização considerada "terrorista" pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

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O Egito, país limítrofe com Israel e a Faixa de Gaza, também está envolvido em negociações intensas para tentar retomar a frágil trégua que estava em vigor há alguns anos entre Hamas e Israel, mas que foi interrompida na semana passada.

"Trégua urgente"

O ciclo de violência teve início em 10 de maio com o lançamento de foguetes do Hamas contra Israel em "solidariedade" com as centenas de manifestantes palestinos feridos em confrontos com a polícia na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental.

Os distúrbios foram motivados pela ameaça de expulsão de famílias palestinas a favor de colonos israelenses em um bairro palestino de Jerusalém Oriental, ocupado por Israel durante mais de 50 anos.

Israel "aproveitou" a situação, afirmou na quarta-feira uma fonte militar do país, para "reduzir as capacidades" militares do Hamas. Há 10 dias, o exército israelense bombardeia Gaza, um território de 2 milhões de habitantes e submetido a um bloqueio israelense há quase 15 anos.

Na madrugada de quarta-feira para quinta-feira, caças israelenses bombardearam as casas de pelo menos seis dirigentes do Hamas, segundo o exército. As sirenes foram acionadas no sul de Israel por uma nova salva de foguetes, reivindicada pela Jihad Islâmica, segundo grupo armado em Gaza.

O CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) considera que a "população de Gaza e Israel precisam urgentemente de uma trégua".

O CICV informou Israel e o Hamas que a partir desta quinta-feira seus funcionários "iniciarão deslocamentos para responder às necessidades urgentes". As duas partes têm uma "clara responsabilidade para facilitar nossos movimentos", acrescentou em um comunicado.

Desde o início da escalada, ao menos 227 palestinos, incluindo vários combatentes do Hamas, morreram nos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, segundo o ministério da Saúde local.

Em Israel, os lançamentos de foguetes a partir de Gaza deixaram 12 mortos, de acordo com a polícia.

Os movimentos armados palestinos já lançaram contra o território israelense mais de 4.000 foguetes, mas a maioria foi interceptada. Este é o maior ritmo de lançamento de projéteis contra Israel, segundo o exército.

"Momento oportuno"

O presidente Biden "expressou ao primeiro-ministro que espera uma significativa desescalada para encaminhar um cessar-fogo", afirmou na quarta-feira a Casa Branca, após a quarta conversa entre o chefe de Estado americano e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, desde o início da crise.

O governo dos Estados Unidos, que reivindica uma abordagem diplomática "discreta", se negou a apoiar um projeto francês de resolução no Conselho de Segurança da ONU para pedir o fim das hostilidades.

Na quarta-feira, um oficial militar israelense afirmou que o país avaliava o "momento oportuno para um cessar-fogo" e acrescentou que o exército estava preparado para "vários dias" de conflito.

"O que tentamos fazer é justamente isto: diminuir suas capacidades [do Hamas], seus recursos terroristas e diminuir sua determinação", afirmou Netanyahu, antes de expressar a decisão de "prosseguir com a operação até alcançar o objetivo: restabelecer a calma e a paz".

Nos últimos dias, também explodiram confrontos com as forças israelenses em várias cidades e campos palestinos na Cisjordânia, que deixaram mais de 25 mortos, o balanço mais grave no território em muitos anos.

Conselho de Segurança da ONU

O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) informou nesta quinta-feira (20) que realizará uma reunião especial, na próxima semana, sobre a situação nos territórios palestinos, em meio à escalada da guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas, no poder na Faixa de Gaza.

A reunião, marcada para quinta-feira (27), foi solicitada pelo Paquistão, país coordenador da Organização para a Cooperação Islâmica, e pelas autoridades palestinas, que reuniram assinaturas suficientes dos 47 países-membros do órgão, segundo um comunicado.

Nesta reunião, os países examinarão "a grave situação dos direitos humanos" nos Territórios Palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental, disse ele.

O anúncio ocorre em um momento em que a diplomacia internacional está redobrando seus esforços para tentar acabar com a escalada militar entre Israel e o Hamas, que eclodiu há 10 dias.

Desde sua criação em junho de 2006, o Conselho de Direitos Humanos já realizou 29 sessões extraordinárias para reagir a situações de emergência.

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