O Exército britânico está desenvolvendo uma nova geração de gunships — aeronaves armadas — equipadas com drones controlados por inteligência artificial (IA) que voarão ao lado dos helicópteros de ataque Apache em futuras operações militares. Conhecidos como “mules”, esses drones carregam mísseis, sensores e equipamentos para interferência eletrônica, formando um sistema de combate em múltiplas camadas.Os pilotos dos helicópteros Apache AH-64E terão a capacidade de comandar até seis desses veículos aéreos simultaneamente, que poderão atuar de forma autônoma, inclusive controlando enxames de drones menores no solo. Essa integração entre veículos tripulados e não tripulados visa ampliar significativamente o poder de fogo das forças armadas britânicas, além de aumentar a proteção das tropas e dos tanques Challenger 3 durante o combate.A implementação dos “mules” é um dos destaques da recente Revisão Estratégica de Defesa do Reino Unido, que prevê investimentos milionários neste ano para o desenvolvimento de enxames de drones terrestres. O secretário de Defesa, John Healey, afirmou que essas plataformas autônomas colaborativas serão decisivas para o sucesso do Exército.Healey destacou que essa tecnologia aplicará as lições aprendidas com o conflito na Ucrânia, posicionando o Reino Unido na vanguarda da inovação dentro da Otan. Segundo ele, os drones integrados aos helicópteros Apache aumentarão a capacidade de ataque, resistência e sobrevivência das tropas no campo de batalha, configurando uma mudança radical nas táticas militares.O Chefe do Estado-Maior do Exército, Sir Roly Walker, afirmou que drones representarão cerca de 80% dos armamentos empregados em futuros conflitos. Ele ressaltou a velocidade e o custo-benefício dos veículos não tripulados, mencionando que, enquanto um tanque pode custar milhões de libras e exigir anos para treinar sua tripulação, um drone de aproximadamente 1.000 libras (cerca de R$ 7.500) pode ser operado por um jovem com poucos dias de instrução.Walker reforçou que, apesar da sofisticação dos drones “mule”, a perda deles em combate não seria uma tragédia, pois sua ausência não implicaria riscos humanos. A estratégia britânica busca, portanto, aproveitar ao máximo as capacidades tecnológicas para manter a superioridade e a proteção das forças no cenário de guerra moderno.