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Em meio ao desemprego, jovens pagam para fingir que trabalham na China; entenda

Em grandes cidades, jovens desempregados pagam até R$ 37 por dia para usar escritórios simulados, onde fingem trabalhar

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Na China, jovens desempregados pagam por espaços de trabalho simulados em grandes cidades.
  • A taxa de desemprego entre jovens ultrapassa 14%, levando à criação de serviços como o da Pretend To Work Company.
  • Os serviços oferecem ambientes de trabalho com internet e lanches, onde os jovens buscam empregos e aprimoram habilidades.
  • O fundador vê a iniciativa como um "experimento social" e questiona a durabilidade do negócio a longo prazo.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Taxa de desemprego entre jovens chineses supera 14% Charles Deluvio/Unsplash

Na China, uma nova tendência tem ganhado força entre jovens adultos desempregados: pagar para fingir que trabalham em escritórios simulados. O fenômeno tem a ver com o mercado de trabalho enfraquecido do país, no qual a taxa de desemprego entre jovens supera 14%.

Em grandes cidades como Shenzhen, Xangai, Nanquim, Wuhan, Chengdu e Kunming, empresas estão oferecendo espaços equipados com computadores, internet, salas de reunião e até lanches para esses jovens.


A diária de “trabalho” varia entre 30 e 50 yuans (cerca de R$ 22 a R$ 37), muitas vezes incluindo almoço e bebidas, de acordo com a rede britânica BBC e o portal de notícias indiano News Bytes.

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Uma dessas empresas é a Pretend To Work Company, em Dongguan, que surgiu após o fundador enfrentar o desemprego durante a pandemia de Covid-19. “O que estou vendendo não é uma estação de trabalho, mas a dignidade de não ser uma pessoa inútil”, disse Feiyu, de 30 anos, à BBC.


Shui Zhou, de 30 anos, é um dos usuários. Após o fracasso de seu negócio no setor alimentício em 2024, ele paga 30 yuans por dia para frequentar o escritório da Pretend To Work.

“Estou muito feliz. É como se estivéssemos trabalhando juntos, como um grupo”, contou Zhou, que usa o espaço para buscar empregos e aprimorar habilidades em inteligência artificial (IA). Ele já enviou fotos do local aos pais, que ficaram mais tranquilos com sua situação.


Outra frequentadora, Xiaowen Tang, de 23 anos, usou o escritório para cumprir uma exigência de sua universidade, que cobra comprovante de estágio ou contrato de trabalho para liberar o diploma.

Enquanto pagava a taxa diária, ela escrevia romances online para ganhar dinheiro. “Se você vai fingir, finja até o fim”, disse a mulher à BBC.


Feiyu, da Pretend To Work, revela que 40% dos clientes são recém-formados buscando comprovar estágios, enquanto 60% são freelancers, como nômades digitais e escritores. A média de idade é de 30 anos, com o mais jovem tendo 25.

Oficialmente, esses trabalhadores são classificados como “profissionais de emprego flexível”, categoria que inclui motoristas de aplicativos e caminhoneiros no país.

Apesar do sucesso inicial — com todas as estações de trabalho lotadas em um mês —, Feiyu questiona a viabilidade de longo prazo do negócio.

Ele o enxerga como um “experimento social” que, para ser bem-sucedido, deve ajudar os jovens a transformar o ambiente fictício em um ponto de partida real. “Se apenas prolongarmos suas habilidades de atuação, seremos cúmplices de uma farsa sutil”, disse.

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