Em resposta a protestos, premiê do Líbano renuncia ao cargo
Manifestações começaram após a aprovação de uma taxa sobre o uso de apps de mensagens instantâneas e evoluíram para atos contra a corrupção
Internacional|Do R7, com agências internacionais
O primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, anunciou sua renúncia ao cargo nesta terça-feira (29) após quase duas semanas de protestos contra o governo. As informações são da rede de notícias árabe Al Jazeera.
As manifestações estão sendo chamadas de "revolta do WhatsApp", porque foram iniciadas pela aprovação de uma taxa sobre as chamadas de voz por aplicativos de mensagem instantânea. A indignação com a cobrança de 20 centavos de libra libanesa (R$ 0,83) por dia para fazer ligações com tecnologia Voip evoluiu rapidamente para atos maiores contra a corrupção dos políticos.
Manifestantes antigoverno
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Os manifestantes vão às ruas contra a elite política do país, serviços públicos precários e décadas de má administração econômica — já que, passados 29 anos desde o término da guerra civil (de 1975 a 1990), o Líbano ainda não conseguiu evitar os cortes no fornecimento de água e luz.
Hariri já havia declarado que não haveria novos impostos e reduzido em 50% o salário de todos os ministros, deputados e outros altos cargos atuais e anteriores. Ele também eliminou o Ministério da Informação e outros órgãos que considerou "desnecessários", mas os protestos continuaram.
Influência do Hezbollah
Nos últimos dias, inclusive, apoiadores do Hezbollah, grupo auxiliado pelo Irã que tem grande influência no país, entraram em confronto com os manifestantes antigoverno. O líder do grupo, Sayyed Hassan Nasrallah, chegou a declarar que a continuidade das manifestações poderia levar o Líbano ao caos, a um colapso e até a uma guerra civil.