O líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, alertou nesta sexta-feira (25) que os protestos de âmbito nacional podem levar o Líbano ao caos, a um colapso e até a uma guerra civil. Apoiadores do Hezbollah, grupo auxiliado pelo Irã que tem grande influência no Líbano, se chocaram com manifestantes antigoverno que estão nas ruas há dias, revoltados com a corrupção e a quase falência da economia. Nasrallah rejeitou os clamores dos manifestantes pela deposição do governo. O país sofreu uma guerra civil catastrófica entre 1975 e 1990. "Não aceitamos a queda da presidência, nem aceitamos a renúncia do governo, e não aceitamos, em meio a estas condições, a realização de eleições parlamentares antecipadas", afirmou Nasrallah. Louvando o movimento de protesto por conquistar reformas econômicas "inéditas" anunciadas nesta semana, ele disse que agora o Líbano precisa procurar maneiras de seguir em frente e evitar um vácuo de poder perigoso. Nasrallah é considerado uma das figuras mais influentes da nação. O Hezbollah, um grupo xiita, tem presença no governo e uma milícia bem armada que luta na Síria pelo presidente Bashar al Assad. Os protestos que vêm paralisando o Líbano tomaram um rumo mais violento nesta sexta-feira, quando grupos que apoiam o Hezbollah confrontaram uma manifestação pacífica em Beirute, brigando com manifestantes e forçando o batalhão de choque a intervir. Foi o nono dia de protestos que interditaram ruas e fecharam escolas e bancos de toda a nação. Medidas de reforma emergenciais e uma proposta de diálogo com representantes dos protestos feita pelo presidente ainda não contiveram a revolta nem persuadiram as pessoas a deixarem as ruas.