Em São Paulo, Obama diz que leis de armas dos EUA 'não fazem sentido'
Em evento no Brasil, o ex-presidente norte-americano criticou as leis de armas de seu país e disse que dia de massacre foi o "pior" de seu governo
Internacional|Da EFE
O ex-presidente americano Barack Obama criticou nesta quinta-feira (30) a política de armas nos Estados Unidos durante um evento em São Paulo e defendeu o investimento na educação como "necessidade do desenvolvimento econômico".
"As leis sobre armas nos Estados Unidos não fazem muito sentido", afirmou Obama, que foi aplaudido pelo público de cerca de 15 mil pessoas presentes em um encontro sobre inovação digital na América Latina organizado pela empresa Vtex.
O ex-presidente, de 57 anos, lembrou que o pior dia nos seus oito anos no cargo aconteceu em 2012, quando um jovem de 20 anos invadiu a escola de educação primária Sandy Hook em Newtown, no estado de Connecticut, com um fuzil e matou 20 crianças de entre cinco a dez anos de idade, além de seis adultos.
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"Um dos dias mais difíceis no meu governo foi quando houve um tiroteio em uma escola e eu não pude prometer aos pais que perderam seus filhos que eu mudaria as leis para que aquilo não acontecesse com outras crianças", comentou.
Obama não fez nenhuma alusão direta ao Brasil, onde um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro flexibilizou as normas para a aquisição de armas.
Entre as conquistas de sua presidência, Obama enfatizou com "orgulho" o fato de ter concluído seu mandato sem ter sido envolvido em algum escândalo ou episódio de corrupção.
"Cometemos erros, minha administração não foi perfeita, mas mantivemos a integridade", destacou.
Nesse sentido, frisou que é possível governar "sem ser corrupto" e expressou o desejo de ser lembrado como um presidente "que conseguiu fazer as coisas sem ser consumido pelo poder".
Além disso, Obama voltou a ressaltar a importância de investir em educação para estimular o progresso dos países e apelou à diversidade para melhorar o desempenho das corporações e governos.
"Ajudar, proporcionar uma boa educação, não é caridade, é uma necessidade do desenvolvimento econômico", acrescentou o ex-presidente em sua terceira visita ao Brasil.
Durante seu discurso, Obama também criticou as políticas liberais e saiu em defesa da preservação do meio ambiente.