Empresa petrolífera prevê concluir limpeza no Peru em fevereiro
Vazamento de óleo teria sido causado por 'ondas anômalas' subsequentes da erupção de um vulcão em Tonga, na Oceania
Internacional|Do R7
A petrolífera espanhola Repsol informou nesta sexta-feira (21) que espera terminar até o fim do próximo mês de fevereiro os trabalhos de limpeza das praias e da área marítima impactada no Peru pelo derramamento de petróleo da refinaria La Pampilla, ocorrido no sábado (15) passado.
A empresa confirmou em comunicado que entregou ao Ministério do Meio Ambiente peruano um cronograma detalhado de atuação para a limpeza da área afetada pelo derramamento, qualificado pelo governo de "ecocídio" e "o pior desastre ambiental" dos últimos anos.
A Repsol afirmou que, até esta sexta, já removeu mais de 1.580 metros cúbicos de areia comprometida e que tem mais de 840 pessoas capacitadas para este trabalho de limpeza, que não prevê concluir até o fim de fevereiro, o que também foi confirmado pelo Ministério do Meio Ambiente.
A empresa divulgou essa informação após a Agência de Avaliação e Fiscalização Ambiental (Oefa, na sigla em espanhol), do Ministério do Meio Ambiente, ter concedido em 18 de janeiro um prazo máximo de dez dias úteis para a limpeza das áreas afetadas, sob a advertência de aplicação de multa de até 460 mil soles (cerca de R$ 655 mil).
O derramamento de petróleo, que até o momento afeta uma área de cerca de 3 quilômetros quadrados de praia e mar, que inclui parte de duas áreas naturais protegidas, ocorreu quando um petroleiro descarregou óleo cru em um dos terminais da refinaria La Pampilla, que a Repsol opera em Ventanilla, município de Callao, na região portuária que faz divisa com a capital, Lima.
A princípio, o evento foi tratado como um incidente menor pela empresa, uma vez que o Ministério Público anunciou que o primeiro relatório fornecido por ela mencionava apenas o derramamento de sete galões (26,5 litros).
Mais de dez praias afetadas
A Repsol detalhou que dispõe de 29 unidades de maquinaria pesada, cinco ambulâncias de apoio, 13 navios de grande porte, 31 embarcações menores, três máquinas de limpeza marítima e seis tanques flutuantes.
As tarefas de limpeza são realizadas nas praias de Costa Azul, Ventanilla, Cavero, Pachacutec, Bahía Blanca, Playa Chica, Playa Grande, Isla Mata Cuatro, Balneario Marina Sur, Balneario de la Marina, Norte Miramar, Pocitas e Conchitas.
Da mesma forma, a empresa informou que chegou a um acordo com quatro associações de pescadores do distrito de Ventanilla, o mais afetado pelo vazamento, para prestar apoio.
Além disso, revelou que um grande número de funcionários da Repsol manifestou o desejo de ajudar nas tarefas de limpeza e que serão treinados para desempenhar essa função.
A Repsol informou que se reuniu nesta quinta-feira (20) com a presidente do Conselho de Ministro do Peru, Mirtha Vásquez, e com vários ministros e funcionários das pastas de Energia e Minas e Meio Ambiente, aos quais reiterou o seu compromisso de remediar o impacto ambiental.
Efeitos da erupção em Tonga
A empresa considera que o incidente do navio Mare Dorium foi gerado "por ondas anômalas repentinas e extraordinárias produzidas pela erupção vulcânica em Tonga".
"Ratificamos nosso compromisso de responder de forma eficaz e transparente aos cidadãos e autoridades competentes, dando prioridade às pessoas e comunidades", disse.
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Da mesma forma, a Repsol acrescentou que "enquanto perdurar a situação atual, a empresa contará com a assessoria de técnicos especializados na área e fornecerá todos os recursos necessários".
O navio de bandeira italiana está imobilizado em alto-mar e lhe foi imposta uma carta de fiança de 150 milhões de soles (aproximadamente R$ 216 milhões), enquanto o Executivo e o Ministério Público avaliam os danos e responsabilidades pelo derramamento na costa de Lima e Callao.