Empresário Alex Saab durante audiência na Flórida
Reprodução/Tribunal Federal da Flórida via InfobaeA defesa do empresário colombiano Alex Saab pediu à Justiça dos Estados Unidos que não seja feito registros fotográficos e vídeos do cliente usando o tradicional macacão laranja das prisões norte-americanas. O preso é acusado de lavagem de dinheiro e pode ter auxiliado políticos como o ex-presidente Hugo Chávez e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em fraudes financeiras.
Segundo informações do site argentino Infobae, a defesa de Saab enviou à Justiça da Flórida uma moção de 12 páginas em que explica que o cliente não quer negar o acesso público a ele, algo que está previsto na Constituição norte-americana.
O desejo da defesa do ‘laranja’ de Maduro e Chávez é que seja cumprido a normativa que proíbe fotos e vídeo de audiências judiciais, que atualmente ocorrem e são transmitidas pelo site de videoconferência Zoom. A última sessão com Saab, por exemplo, contou com mais de 300 pessoas na chamada de vídeo.
Podem participar das audiências como espectadores alguns jornalistas selecionados e familiares, além de advogados com papel ativo no decorrer do processo.
O empresário de 49 anos foi preso em 2020 em Cabo Verde e extraditado aos Estados Unidos há pouco mais de uma semana. Saab responde a oito acusações de associações ilícitas para lavagem de dinheiro e de ativos.
Segundo Manuel Monteiro, advogado do empresário colombiano em Cabo Verde, a extradição feita para os Estados Unidos seria ilegal, uma vez que o processo judicial no país africano ainda não havia sido totalmente concluído.
A expectativa é que Saab conte em detalhes como agiu para ocultar o patrimônio de Chávez e para realizar transações a pedido de Maduro. Como forma de blindar o empresário, o atual governo venezuelano concedeu cidadania do país ao colombiano e um título de embaixador, quando ele já estava preso em Cabo Verde.
Uma reportagem publicada pelo El País indica que Saab comprou o equivalente a R$ 1,93 bilhão em materiais que seriam usados na construção de casas na Venezuela em 2011. No entanto, a operação foi realizada com contratos fictícios firmados com empresas de fachada e nunca resultou em obras do governo Maduro.
Caso seja condenado pela Justiça dos Estados Undios, Saab pode pegar uma pena de até 20 anos de prisão.