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Alex Saab, empresário próximo de Maduro é extraditado para os EUA

Ele comparecerá na segunda-feira (18) a um tribunal na Flórida, informou o Departamento da Justiça dos Estados Unidos

Internacional|Do R7

Empresário ligado a Maduro é extraditado para EUA
Empresário ligado a Maduro é extraditado para EUA

O empresário colombiano Alex Saab, acusado de corrupção e próximo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi extraditado de Cabo Verde para os Estados Unidos na noite de sábado (16), informou à AFP uma fonte de sua equipe jurídica.

Saab, de 49 anos, comparecerá na segunda-feira (18) a um tribunal na Flórida, informou o Departamento da Justiça dos Estados Unidos.

"Fomos informados que Alex Saab foi colocado em um avião do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e enviado para aquele país", indicou em Cabo Verde Manuel Monteiro, advogado do empresário, afirmando que a extradição é ilegal, porque o processo judicial em Cabo Verde não foi totalmente realizado.

Grafite em muro na Venezuela pede liberdade de Alex Saab
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O avião do Departamento de Justiça dos Estados Unidos partiu do aeroporto internacional de Cabo Verde, localizado na ilha de Sal, segundo um correspondente da TV estatal desse país, que informou que havia uma forte presença policial no local.


A Venezuela classificou a extradição como um "sequestro" de seu "embaixador" porque Saab, que é colombiano, recebeu a nacionalidade e um título de embaixador enquanto estava em cativeiro em Cabo Verde, e suspendeu sua participação na rodada de negociação com a oposição marcada para este domingo no México para discutir a crise política.

O chavismo tentou adicioná-lo à sua comitiva.


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“Não participaremos da rodada que começaria amanhã, 17 de outubro, na Cidade do México, como expressão profunda do nosso protesto contra a agressão brutal” a Saab, declarou em Caracas o presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, que lidera a delegação do governo esquerdista de Maduro.

O líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por 60 países, celebrou a extradição.


"Os venezuelanos, que vimos a justiça sequestrada por anos, apoiamos e celebramos o sistema judiciário dos países democráticos como Cabo Verde, nação que reconhecemos pela sua independência e firmeza em meio a tantas pressões", disse no Twitter, lamentando a decisão do governo de sair da mesa de diálogo.

Responsável direto da fome

Saab e seu sócio comercial Álvaro Pulido são acusados nos Estados Unidos de dirigir uma rede que explorava a ajuda alimentar destinada à Venezuela. Eles são acusados de transferir cerca de US$ 350 milhões para contas que controlavam nos Estados Unidos e em outros países, e podem ser condenados a até 20 anos de prisão.

Saab foi acusado em julho de 2019, em Miami, de lavagem de dinheiro, e preso durante uma escala de avião em Cabo Verde, na África, em junho de 2020.

O presidente colombiano, Iván Duque, publicou no Twitter que a extradição do empresário "é uma vitória na luta contra o narcotráfico, a lavagem de dinheiro e a corrupção que propiciou a ditadura de Nicolás Maduro. A Colômbia apoiou e seguirá apoiando os Estados Unidos na investigação contra a rede criminosa transnacional liderada por Saab.”

O máximo tribunal do Cabo Verde autorizou no mês passado extraditar Saab para os Estados Unidos, esgotados todos os recursos jurídicos.

"Com este processo se inicia a justiça de alguém que roubou milhões de dólares dos venezuelanos, que é responsável pela fome e pela crise humanitária", disse em um comunicado Julio Borges, representante de Guaidó no exterior.

Chefe da autocracia

O governo da Venezuela lutou incansavelmente pela libertação de Saab, que denunciou "maus-tratos e tortura" em sua prisão em Cabo Verde, e convocou para este domingo uma manifestação no centro de Caracas. "Alex Saab, sequestrado pelo império", diz o panfleto acompanhado de uma foto do empresário.

"Nunca antes o chavismo fez tanto por alguém", explicou à AFP Roberto Deniz, jornalista do site Armando.info, que escreveu exaustivamente sobre o caso Saab e que enfrenta uma ordem de prisão na Venezuela por "incitamento ao ódio". "É evidente que há muito medo", acrescentou.

A ex-procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, o classificou como a "principal figura da autocracia" de Maduro e sua família, e afirmou no sábado que sua extradição "é uma conquista para aqueles que buscam justiça contra os responsáveis pela tragédia e caos que vivem os venezuelanos".

Pouco depois da confirmação da extradição, as autoridades revogaram uma medida de prisão contra seis ex-diretores petroleiros que cumprem sua pena na Venezuela por corrupção e foram levados para um presídio desconhecido.

Embora a medida não tenha oficialmente relação, cinco deles têm nacionalidade americana e o outro tem residência permanente nesse país.

"Meu pai só disse à minha mãe: 'Estão vindo nos buscar' e mais nada. Não sabemos aonde vai. Mais uma vez é um desaparecimento forçado", disse à AFP Veronica Vadell, filha de Tomeu Vadell, um dos ex-executivos da Citgo, filial da empresa de petróleo estatal PDVSA.

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