Espanha vai acolher navio com 629 migrantes à deriva no Mediterrâneo
Novo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez anunciou que país permitirá que navio de resgate Aquarius atraque no porto de Valência
Internacional|Cristina Charão, do R7, com Ansa Brasil
O novo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que o país permitirá que o barco Aquarius, que leva mais de 600 migrantes, atraque no porto de Valência. No domingo (10), o governo da Itália havia recusado o pedido do navio para atracar em portos do país.
Foi a primeira vez que uma embarcação deste tipo teve a solicitação de desembarque rejeitada desde que o líder de extrema direita Matteo Salvini assumiu o controle do Ministério do Interior.
O governo de Malta também recusou a autorização para que a embarcação atracasse na ilha.
O navio é operado pela ONG SOS Méditerranée e conta com equipes dos Médicos Sem Fronteiras. Segundo a ONG, não há ninguém em estado grave e todos estão alimentados e hidratados.
O Aquarius, como outras embarcações de resgate de migrantes que operam no Mediterrâneo, faz buscas ativas e também recebe pessoas resgatadas por navios comerciais e também por autoridades portuárias tanto da Europa como da África.
Entre os migrantes que aguardam para desembarcar na Espanha, há 229 homens, mulheres e crianças resgatados em seis diferentes operações no Mediterrâneo. A mais delicada delas salvou os ocupantes de um barco inflável que virara no mar com 40 pessoas.
Outras 400 pessoas foram transferidas para o navio por embarcações mercantis e da própria Guarda Costeira da Itália. O Aquarius segue no mar enquanto aguarda a indicação de um porto para ancorar.
De acordo com a Organização Internacional para Migrações (OIM), 33.226 deslocados externos já entraram na União Europeia via Mediterrâneo em 2018, sendo 13.808 pela Itália, 11.070 pela Grécia, 8.301 pela Espanha e 47 pelo Chipre.
Outras 785 pessoas morreram ou desapareceram na travessia.