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Espanhol de nascimento, Manuel Valls é o novo primeiro-ministro da França

Internacional|Do R7

Paris, 31 mar (EFE).- Natural de Barcelona, na Espanha, Manuel Valls, de 51 anos, foi nomeado nesta segunda-feira o novo primeiro-ministro da França, após conquistar enorme popularidade nos dois anos últimos anos, nos quais o político, da ala mais liberal do Partido Socialista (PS), trabalhou como ministro do Interior. Valls, que se define como um "social-liberal à francesa" e partidário da "terceira via" do ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair, tomará as rédeas do governo francês no lugar de Jean-Marc Ayrault, que apresentou sua demissão e a de seu governo ao presidente François Hollande nesta segunda-feira, um dia depois da histórica derrota do PS nas eleições municipais. Ideologicamente distantes, apesar de fazerem parte do mesmo partido, Valls e Hollande aproximaram suas posturas na campanha presidencial de 2012. Seu conhecimento dos bairros mais carentes e sua gestão da segurança em Evry, nos arredores de Paris, lhe garantiram méritos para exercer o cargo de ministro do Interior, posto no qual conseguiu se tornar o político mais bem avaliado de um governo impopular. Nesse gabinete, encarnou os valores mais conservadores do PS, concentrando-se na luta contra a criminalidade com a criação de zonas de segurança especiais e multiplicando suas aparições perante a imprensa. Em 2007, Valls esteve a ponto de entrar no primeiro governo do conservador Nicolas Sarkozy, que desejava integrar políticos de esquerda em seu projeto de "abertura", mas preferiu se submeter à disciplina do partido, embora não tenha abandonado a linha crítica com a direção do PS francês. O deputado se apoiou em sua crescente popularidade dentro de sua circunscrição e de sua cidade para conseguir notoriedade no âmbito nacional. Um exemplo de seu protagonismo na atualidade política é a guerra que empreendeu contra o polêmico comediante Dieudonné e suas reiteradas piadas contra a comunidade judaica. Valls saiu vitorioso dessa batalha, e Dieudonné, discreto nos últimos meses, tenta saldar agora suas dívidas pendentes com o fisco pelas diversas condenações por declarações antissemitas. A designação à frente do Ministério do Interior colocou Valls como uma das figuras mais visíveis da equipe de Hollande, não desperdiçou a oportunidade e se tornou o substituto perfeito do primeiro-ministro. Entretanto, sua gestão como "primeiro-policial da França" desagradou os ecologistas, que formam coalizão com os socialistas e ameaçavam abandonar o governo se Valls assumisse o comando. Manuel Valls nasceu em 13 de agosto de 1962, filho do pintor catalão Xavier Valls e da italiana Luisangela Galfetti. É também sobrinho-neto de Manuel Valls i Gorina, compositor do hino do Barcelona, seu time de futebol do coração. Após emigrar para a França na adolescência, começou muito jovem a militar em movimentos de esquerda e, aos 17 anos, filiou-se ao PS, embora não obtivesse a nacionalidade francesa até os 20 anos, o que o impediu de votar, em 1981, em François Mitterrand, primeiro presidente socialista da França. Sua entrada no partido, quando era estudante de história, se deveu à sua afinidade à linha centrista defendida pelo ex-premiê Michel Rocard, que contrastava com o esquerdismo de Mitterrand. Com apenas 26 anos, em 1988, foi nomeado por Rocard ministro de Relações com o Parlamento. Valls voltou ao governo em 1997 por meio do então primeiro-ministro Lionel Jospin, que o escolheu como conselheiro para a Comunicação e a Imprensa. Após fracassar em uma primeira tentativa de se eleger deputado em 1997, foi eleito prefeito de Evry em 2001 e entrou na Assembleia Nacional no ano seguinte. Sua popularidade local não deixou de crescer, a exemplo de sua dimensão nacional. Nas primárias socialistas de 2011, Valls apoiou inicialmente Dominique Strauss-Kahn, antes de um escândalo sexual acabar com as pretensões presidenciais do ex-diretor do Fundo Monetário Internacional, que o encorajou a apresentar sua própria candidatura. Valls foi o penúltimo colocado entre seis pré-candidatos, com 6% dos votos, mas Hollande o resgatou para sua equipe. EFE lmpg-jaf/cs/id (foto)

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