EUA acusam Assange de conspirar para hackear sistemas do governo
Fundador do Wikileaks estava refugiado na embaixada equatoriana no Reino Unido desde 2012 para evitar sua extradição à Suécia
Internacional|Da EFE
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou nesta quinta-feira as acusações apresentados contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que foi detido poucas horas antes na Embaixada do Equador em Londres a pedido de Washington, que o acusa de "conspiração para se infiltrar" em sistemas de informática do Governo.
"Julian P. Assange, de 47 anos e fundador do 'WikiLeaks', foi detido hoje conforme o acordo de extradição entre EUA e Reino Unido, devido a seu envolvimento em uma acusação federal por conspiração para se infiltrar em computadores, ao concordar em quebrar a senha de um computador do Governo com informação classificada", detalhou o Departamento de Justiça em comunicado.
A detenção do fundador do site WikiLeaks responde a este pedido de extradição dos Estados Unidos, assim como ao fato de o ativista ter violado as condições de liberdade condicional no Reino Unido em 2012, informou a Scotland Yard, a Polícia Metropolitana de Londres (Met).
Assange estava refugiado desde 2012
Assange foi detido hoje no interior da embaixada do Equador em Londres, onde estava refugiado, depois que o governo do país sul-americano decidiu cassar o asilo político que havia concedido ao jornalista australiano.
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"O fundador do WikiLeaks está detido em nome das autoridades dos Estados Unidos e em virtude da Seção 73 da Lei de Extradição. (Ele) está em custódia policial e vai depor à Corte de Magistrados de Westminster (Londres) o mais rápido possível", afirmou um porta-voz da Met.
A advogada de Assange, Jennifer Robinson, disse que as autoridades dos EUA tinham emitido em dezembro de 2017 uma ordem de detenção contra o jornalista por conspirar com Chelsea Manning, a soldado americana que vazou documentos diplomáticos confidenciais de Washington.
Assange, 47, se refugiou na embaixada equatoriana em 2012 para evitar sua extradição à Suécia, que então solicitava sua entrega por supostos crimes sexuais.
O WikiLeaks, por sua vez, confirmou que o Equador deu por encerrado o asilo político que tinha concedido a Assange, uma decisão que classificou de "ilegal" e de "violação do direito internacional".
Em comunicado, a polícia britânica informou que o jornalista foi preso em virtude de uma ordem de detenção emitida pela Corte de Magistrados de Westminster em 29 de junho de 2012, quando Assange decidiu não se apresentar à Justiça britânica devido à solicitação de extradição da Suécia.
Após a detenção, o jornalista foi levado para uma delegacia no centro de Londres, e foi informado pelas forças da ordem que sua detenção também responde a um pedido de extradição dos EUA.
Os agentes entraram na embaixada depois que receberam autorização da mesma e uma vez que o governo equatoriano decidiu revogar o asilo concedido a Assange.
Na semana passada, o WikiLeaks tinha informado que o jornalista australiano seria expulso em questão de "horas ou dias" da embaixada do Equador.
Assange estava refugiado na embaixada desde 2012 para evitar sua extradição à Suécia, que então solicitava sua entrega por supostos crimes sexuais.
Seu pedido de asilo ao Equador aconteceu ao término de um longo processo de extradição à Suécia nos tribunais britânicos e deu início a um caso de difícil solução, pois o Reino Unido se negou reiteradamente a oferecer um salvo-conduto que permitiria que Assange pudesse viajar para o país latino-americano.
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