EUA: Supremacistas se passam por antifas online para incitar violência
Em meio à onda de protestos contra o racismo, Twitter flagrou ao menos um grupo nacionalista de ultradireita usando conta falsa insuflando ataques
Internacional|Do R7
O Twitter identificou ao menos um grupo supremacista branco usando contas falsas para incitar a violência durante os protestos contra o racismo e a violência policial nos EUA se fazendo passar por organizações antifascistas. As manifestações que ocorrem em todo país começaram após policiais brancos de Minneapolis sufocarem George Floyd, um homem negro de 46 anos, até a morte, e chegaram à sétima noite de marchas e também de registros de saques e ações violentas.
A revelação feita pelo Twitter aumenta os indícios de que extremistas nacionalistas de ultradireita estão infiltrados nas manifestações para promover o caos. Declarações de autoridades de segurança de Minnesota, estado onde Floyd foi morto e os protestos começaram, e também um memorando do FBI vazado pela imprensa indicam que os sistemas de inteligência dos EUA estão alertas para a ameaça de ações supremacistas brancos durante os protestos.
Veja também: Cidades dos EUA têm protestos apesar de toques de recolher
A conta falsa descoberta pelo Twitter (@ANTIFA_US) foi apagada. Nela, eram feitos posts que diziam coisas como "Alerta, esta noite, camaradas, esta noite nós dizemos 'f...-se a cidade' e vamos marchar para as áreas residenciais... os bairros brancos". De acordo com a empresa, esta conta era mantida pelo grupo Identity Evropa, uma irmandade de supremacistas brancos.
A ADL (Liga Anti-Difamação, na sigla em inglês), uma importante organização dos EUA voltada para o monitoramento do discurso de ódio e o combate de grupos neonazistas, informou que o Identiy Evropa trocou recentemente de nome e agora se apresenta como American Identitarian Movement (ou Movimento Identitário Americano), sem deixar de ser uma organização supremacista.
O Twitter informou que outras contas falsas ligadas ao Identity Evropa foram fechadas. A empresa também confirmou que esta não é a primeira vez que perfis antifascistas fake criados por grupos de ultradireita são encontrados pelos sistemas de verificação.