Ex-policial admite ter vasculhado celulares de motoristas em busca de nudes
Americano confessou ter acessado fotos íntimas de mulheres durante fiscalizações viárias
Internacional|Do R7
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Um ex-policial de Florissant, no estado americano do Missouri, admitiu ter usado abordagens de trânsito para acessar ilegalmente celulares de motoristas mulheres em busca de fotos e vídeos de nudez.
Segundo documentos apresentados à Justiça, o ex-agente Julian Alcala, de 30 anos, parou cerca de 20 veículos ao longo de vários meses de 2024 e aproveitou as verificações para vasculhar o conteúdo privado dos smartphones.
LEIA MAIS:
Em acordo firmado com promotores federais na terça-feira (3), o ex-policial se declarou culpado de 20 acusações de violação deliberada do direito de cidadãos a estarem livres de buscas e apreensões sem sentido. Em contrapartida, a Promotoria retirou uma acusação de obstrução de justiça, de natureza mais grave.
Cada uma das acusações às quais Alcala respondeu prevê pena de até um ano de prisão, multa de até 100 mil dólares (cerca de R$ 530 mil), ou ambas as sanções. Alcala permanece em liberdade mediante fiança enquanto aguarda a definição da sentença, marcada para 11 de março de 2026, em um tribunal federal.
De acordo com o acordo de admissão de culpa, o primeiro caso ocorreu em fevereiro de 2024, quando Alcala parou o carro de uma mulher e levou o telefone dela para a viatura, sob o argumento de que precisava confirmar informações do seguro. Dentro do veículo oficial, ele encontrou um vídeo em que a motorista aparecia em ato sexual e o enviou para o próprio número. Em seguida, localizou também uma foto de nudez e usou o próprio aparelho para fotografar essa imagem.
Nos meses seguintes, ainda segundo os autos, o então policial repetiu o mesmo procedimento com outras 19 motoristas. Nas abordagens, ele alegava necessidade de checar seguro ou registro do veículo, levava o telefone até sua viatura e procurava por imagens íntimas em pastas e aplicativos. As paradas de trânsito descritas no processo ocorreram entre 6 de fevereiro e 18 de maio de 2024.
A Promotoria afirmou que ele utilizava o próprio celular para registrar fotografias de uma ou mais imagens que mostravam a vítima, algum familiar ou ambos em estado parcial ou total de nudez.
A conduta só foi descoberta depois que a primeira vítima verificou mensagens apagadas em seu telefone e percebeu que o vídeo íntimo havia sido enviado para um número desconhecido. Desconfiada, ela entrou em contato com o FBI, a polícia federal americana, que rastreou o número até Alcala, então integrante da força policial de Florissant.
A partir dessa denúncia, o FBI obteve mandado de busca e apreensão e localizou as demais imagens de nudez associadas ao ex-policial, conforme descreve o acordo judicial. O caso reforça, segundo as autoridades, o caráter criminal de abusos cometidos por agentes encarregados de zelar pelo cumprimento da lei e pela proteção de direitos constitucionais dos cidadãos.
A defesa ainda não se manifestou publicamente sobre as circunstâncias admitidas pelo ex-policial nem sobre a expectativa em relação à pena que será definida pela Justiça federal.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp












