A tentativa do Kremlin de minimizar os efeitos do ataque com drones da Ucrânia a bombardeiros russos faz parte de uma estratégia mais ampla para preservar a imagem das Forças Armadas de Moscou, segundo especialistas em defesa ouvidos por jornais ucranianos.A operação “Teia de Aranha”, realizada em 1º de junho, expôs fragilidades na defesa de bases aéreas situadas a milhares de quilômetros da linha de frente, revelando vulnerabilidades em regiões antes consideradas fora de risco, avaliaram analistas ao jornal Kyiv Post. Entre as instalações atingidas estão bases na Sibéria e em áreas próximas ao Círculo Polar Ártico, onde estão estacionados bombardeiros estratégicos que compõem a capacidade de dissuasão nuclear da Rússia. Autoridades ucranianas afirmam que cerca de 41 aeronaves foram danificadas, incluindo modelos como o Tu-95MS e o Tu-22M3. Ambos são utilizados para o lançamento de mísseis de cruzeiro de longo alcance e integram a tríade nuclear do país. “A perda desses aviões representa não apenas uma limitação operacional, mas também um desafio logístico, já que a reposição pode levar anos e exigir investimentos significativos”, afirmou um agente da SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia) ao Kyiv Post.A operação foi executada dentro do território russo, com o uso de aproximadamente 150 drones transportados em caminhões civis. Imagens divulgadas por fontes ucranianas mostram os drones sendo lançados a partir do interior dos veículos, mostrando um grau de planejamento e sofisticação inédito em ataques do tipo. A ação teve impacto simbólico para Kiev, que enfrenta dificuldades no avanço de suas forças desde o fim da contraofensiva de 2023.Em resposta à repercussão internacional, o governo russo procurou conter os efeitos do ataque. O vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, declarou que os bombardeiros poderão ser restaurados e que a capacidade nuclear do país não foi comprometida. Mesmo assim, analistas afirmam que o episódio levanta questionamentos sobre a segurança de outras instalações estratégicas e pode incentivar novas ações ucranianas contra alvos de alto valor, distantes do front. O Ministério da Defesa da Rússia não apresentou provas materiais dos danos nem informou o número exato de aeronaves atingidas. A reação militar russa incluiu novos ataques com mísseis e drones contra a Ucrânia, incluindo bombardeios a Kiev na última semana. Moscou justificou os ataques como retaliação direta à ofensiva de 1º de junho.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp