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Exército dos EUA quer que militares consigam consertar seus equipamentos; entenda

Proposta no Congresso americano visa garantir autonomia às Forças Armadas do país em reparos essenciais

Internacional|Do R7

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Modelo similar ao M88 Hercules, veículo blindado no qual estavam os soldados desaparecidos do Exército dos EUA Divulgação/Exército dos EUA

Uma proposta no Congresso dos Estados Unidos busca garantir às Forças Armadas o chamado “direito ao conserto”. A medida visa permitir que militares realizem reparos em seus equipamentos, prática atualmente limitada por contratos com empresas privadas.

Mesmo com treinamento técnico, soldados não podem consertar armas, veículos ou sistemas eletrônicos na maioria dos casos. Fabricantes impõem cláusulas que restringem o acesso a manuais, ferramentas e dados técnicos. Com isso, tropas em campo dependem de prestadores civis para realizar ajustes, inclusive em situações operacionais.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • Proposta no Congresso dos EUA busca garantir o "direito ao conserto" para as Forças Armadas.
  • Militares, mesmo treinados, são restritos a consertos devido a cláusulas de fabricantes.
  • Casos ilustram a dependência de técnicos civis, causando atrasos e custos altos.
  • Se aprovada, a medida permitirá que o Departamento de Defesa renegocie contratos e melhore o acesso a ferramentas e manuais para reparo.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A proposta é apoiada pela senadora democrata Elizabeth Warren e pelo senador republicano Tim Sheehy. Ela está em análise dentro da nova Lei de Autorização de Defesa Nacional, que define o orçamento militar do próximo ano.

Casos relatados ao Congresso ilustram o impacto da restrição. A Marinha, por exemplo, teve que embarcar técnicos terceirizados em alto-mar para realizar consertos simples. Fuzileiros americanos no Japão precisaram enviar motores aos Estados Unidos por não terem autorização para reparo no local. Já a Força Aérea foi cobrada em US$ 900 por página para atualizar manuais técnicos de uma empresa privada.


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O debate ocorre em meio a uma mobilização nacional nos EUA em favor do “conserto independente”. Em 2023, a Califórnia aprovou uma lei que obriga empresas a liberar peças e instruções para consumidores caso queiram consertar seus equipamentos em casa. O tema também ganhou força durante a pandemia, quando hospitais relataram dificuldades para consertar ventiladores médicos.

De volta ao setor militar, o tema passou a ganhar destaque após a posse de Donald Trump em janeiro. Líderes do Departamento de Defesa passaram a defender a revisão de contratos com empresas de defesa. O secretário da Marinha, John Phelan, afirmou ao Congresso que seis dos oito fornos do porta-aviões USS Gerald R. Ford estavam inoperantes e que os marinheiros não tinham permissão para consertá-los. Ele classificou a situação como “absurda”.


A cúpula das Forças Armadas argumenta que a autonomia de reparo será decisiva em possíveis conflitos no futuro. O general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto, disse que a força militar do futuro “vai consertar no ato”, em referência à necessidade de manter equipamentos operacionais sem depender de infraestrutura externa.

A proposta no Congresso ainda depende de aprovação nas duas casas. Se aprovada, deverá obrigar o Departamento de Defesa a renegociar contratos com fornecedores para ampliar o acesso dos militares às ferramentas e instruções de reparo.

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