Filipinas condenam policiais por matar jovem em 'guerra às drogas'
Decisão de corte regional é inédita nos dois anos de vigência da política de Duterte contra o narcotráfico que já deixou 5 mil mortos
Internacional|Cristina Charão, do R7, com Reuters
A Justiça das Filipinas condenou três policiais pelo assassinato de um estudante de 17 anos, uma decisão inédita desde que o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, iniciou sua política de "guerra às drogas" que já deixou milhares de mortos em operações policiais e paramilitares desde 2016.
Os três policiais foram condenados a até 40 anos de prisão por um tribunal regional de Caloocan City pelo assassinato de Kian Lloyd delos Santos em agosto de 2017, em um beco escuro e cheio de lixo em um subúrbio ao norte da capital, Manila.
A sentença também prevê que eles não serão elegíveis para liberdade condicional.
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O assassinato do estudante provocou comoção no país e chamou a atenção internacional para os efeitos da política de guerra às drogas de Duterte.
Execuções e abusos sistemáticos
Organizações internacionais e ativistas filipinos denunciam execuções e abusos sistemáticos da polícia.
As ações são firmemente apoiadas pelo presidente, que agora pretender estender o modus operandi a outras áreas de governo. Nesta terça-feira, ele declarou que pode criar um "esquadrão da morte Duterte" para "matar comunistas", fazendo ameaças diretas a membros de uma milícia maoísta que ainda age de forma esparsa nas Filipinas.
Cerca de 5.000 pessoas morreram nas operações policiais antidrogas durante a guerra de 29 meses contra as drogas nas Filipinas.