Filipinas do 'durão' Duterte enfrentam forte crise econômica
Presidente linha-dura das Filipinas enfrenta preocupações com sua saúde, em meio a aumento de inflação puxada pelo preço dos alimentos
Internacional|Fábio Fleury, do R7
Conhecido por sua postura autoritária contra adversários, o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, enfrenta agora um inimigo mais difícil de atingir: uma crise econômica, causada pela desvalorização da moeda local e pelo maior aumento da inflação em 9 anos.
Puxada pela alta no preço de alimentos básicos, especialmente o arroz, a inflação em setembro fechou em 6,7%, o pior resultado em quase uma década.
A Bolsa de Valores local caminha para o pior resultado desde 2016 e vem perdendo investimentos estrangeiros dia a dia.
Importação de alimentos
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Nesta quinta-feira (11), Duterte atendeu a pedidos que vinham sendo feitos desde o início de 2017 e retirou as restrições para importação de arroz. Com isso, empresas de alimento podem importar o grão sem precisar de aprovação de autoridades estatais.
"Sabemos que muitos filipinos estão sentindo o impacto do aumento de preços, por isso o governo tomou essas medidas", afirmou o porta-voz de Duterte, Harry Roque, segundo a Bloomberg. "Esperamos que isso ajude a abaixar os preços nos mercados".
Mas enquanto sua equipe trabalha para conter os resultados ruins na economia, o presidente, em suas aparições públicas, prefere atacar opositores.
Saúde incerta
A saúde de Duterte é outro fator de incerteza. Recentemente, ele se submeteu a exames para descobrir se estaria com câncer. No mesmo dia, ele insinuou que a vice-presidente Leni Robredo seria "fraca demais" para governar em sua ausência.
Na última semana, ele demitiu o subsecretário de Trabalho, Joel Maglunsod, o último membro do gabinete que era considerado moderado.
Ataques à oposição
O presidente também vem perseguindo adversários políticos. No fim de setembro, a polícia prendeu o senador Antonio Trillanes, um dos principais opositores de Duterte no Congresso.
Ele havia sido condenado por participar de duas tentativas de golpe de estado contra a ex-presidente Gloria Arroyo, em 2003 e 2007, mas havia recebido uma anistia. Duterte cancelou a anistia e Trillanes foi preso. O senador pagou fiança e foi solto, mas não pode mais deixar o país por ordem da Justiça.
Desde fevereiro de 2017, a senadora Leila de Lima, outra opositora de Duterte, está na cadeia. Ela é acusada de participar de uma rede de tráfico de drogas, mas nega as acusações e diz que foi presa numa tentativa de silenciar a oposição nas Filipinas.
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