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Fome na América Latina cresce 30% e alcança o maior nível em 20 anos

Segundo relatório da ONU, Haiti (46,8%), Venezuela (27,4%) e Nicarágua (19,3%) têm os mais altos índices de subnutrição 

Internacional|Do R7

Brasil registra prevalência de subnutrição inferior a 2,5%
Brasil registra prevalência de subnutrição inferior a 2,5%

A fome na América Latina cresceu pelo sexto ano consecutivo em 2020, em meio da pandemia da Covid-19, com aumento de 30% em relação ao ano anterior e afetando 59,7 milhões de pessoas, o nível mais alto em 20 anos, de acordo com relatório divulgado nesta terça-feira (30) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

A agência informa que 9,1% da população total da região sofreu de fome no ano passado, em comparação com 7,1% em 2019, o que implica mais 13,8 milhões de pessoas nessa condição.

Os números fazem parte do relatório "Panorama da segurança alimentar e nutricional na América Latina e Caribe 2021", preparado em conjunto com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O aumento "pode ser explicado em parte pelos efeitos da Covid-19", que deixou 46,5 milhões de pessoas infectadas e 1,5 milhão de mortos, e causou contração de 6,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, a maior em 120 anos.


Alerta em Haiti, Venezuela e Nicarágua

Os países com maior prevalência de subnutrição foram Haiti (46,8%), Venezuela (27,4%), Nicarágua (19,3%), Guatemala (16,8%) e Honduras (13,5%), advertiu a organização. Os restantes registraram prevalência inferior a 10% e menor que 2,5% nos casos de Brasil, Cuba e Uruguai.

Em 2020, 267 milhões de pessoas estavam moderada ou gravemente inseguras em termos alimentares, ou seja, 60 milhões a mais do que em 2019 "não tinham acesso físico ou econômico a alimentos em quantidade ou qualidade suficiente para a sua saúde e desenvolvimento".


Em estado grave, o que significa passar um dia inteiro sem comida, foram contados 92,8 milhões de pessoas, número que representa quase o dobro do registrado em 2014 (47,6 milhões), acrescentou a FAO.

Desafio da obesidade e do excesso de peso

O relatório também destaca que a obesidade afeta quase um quarto dos adultos (24,2%), bem acima da média global (13,1%).


De acordo com os últimos dados, as Bahamas estão entre os países com maior prevalência de obesidade em adultos, com mais de 30%, enquanto Argentina, Chile, Costa Rica, Dominica, República Dominicana, México, Suriname e Uruguai ultrapassaram 25%.

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O excesso de peso infantil também tem aumentado nas últimas duas décadas, atingindo 3,9 milhões de crianças em 2020, quase 2 pontos percentuais acima da média global.

Entretanto, os níveis de desnutrição aguda entre as crianças foi de 1,3%, taxa significativamente inferior à média global, de 6,7%.

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