'Bomba' do Brexit estourou nas mãos de May e custou seu cargo

Premiê afirmou em discurso emocionado que lutou para que o Reino Unido servisse ao mundo inteiro e disse que foi uma honra exercer o cargo

Internacional|Do R7

24/05/2019 - 12h36 (Atualizado em 19/04/2024 - 15h16)

A premiê britânica Theresa May anunciou sua renúncia ao cargo em um discurso emocionado, nesta sexta-feira (24). A saída de May está programada para o dia 7 de junho

*Estagiária do R7, sob supervisão de Celso Fonseca

May se tornou primeira-ministra em junho de 2016, mas sua vida política começou em 1997, quando ela conseguiu um assento no Parlamento por Maidenhead, uma cidade do condado de Berkshire, na Inglaterra

De 1999 a 2010, a ex-premiê assumiu, no Partido Conservador, uma série de funções nos Gabinetes de Sombra — uma estrutura política que costuma ser montada pelo partido que está na oposição ao governo britânico para acompanhar de perto as políticas do Gabinete oficial do primeiro-ministro

De 2002 a 2003, May foi a primeira secretária-geral mulher do Partido Conservador. Em maio de 2010, quando seu partido retornou ao poder depois de 13 anos na oposição, Theresa May foi nomeada ministra do Interior no gabinete do então primeiro-ministro David Cameron

Nesta função, May conduziu projetos de combate à criminalidade de forma mais eficaz pela polícia, trabalhou na proteção das fronteiras e diminuição da imigração e também na proteção do Reino Unido contra o terrorismo. Entre 2010 e 2012, ela também foi ministra da Mulher e Igualdade

Em 2016, David Cameron renunciou o cargo de primeiro-ministro e May foi nomeada em seu lugar. Junto com a liderança do Partido Conservador britânico, May ficou com o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, conhecido como Brexit, na mão — que no final, lhe custou o cargo

Votado em 23 de junho de 2016, o referendo do Brexit decidia se o Reino Unido continuava na União Europeia ou não. Por ser facultativo, boa parte da população se ausentou no dia da votação. Com isso, 52% dos votantes decidiram que a península devia ser o primeiro país a deixar o bloco econômico

A ideia do referendo partiu de David Cameron, que prometeu a votação caso vencesse as eleições de 2015 para ser o Primeiro-Ministro. Os conservadores argumentavam que a União Europeia cresceu demais nos últimos tempos e estava influenciando a vida e a soberania dos britânicos

Porém, mesmo com a aprovação em 2016, o Reino Unido seguiu adiando o divórcio. Primeiro, os Parlamentares não chegaram a um acordo sobre a fronteira física com a Irlanda e como ficariam os imigrantes morando no país. A população seguiu protestando, pedindo a anulação do referendo ou um novo plebiscito

$Por conta do fracasso nas negociações do Brexit com a UE, Theresa May chegou a enfrentar, por duas vezes, o voto de não confiança, em dezembro de 2018 e em janeiro de 2019. O voto de não confiança é pedido quando a oposição entende que o primeiro-ministro está fragilizado politicamente e então, por meio de uma votação, os parlamentares manifestam confiança ou desconfiança ao governo. Caso o voto de desconfiança seja maioria, o premiê renuncia$

Após três anos de negociação do acordo de retirada do bloco, May anunciou sua renúncia. Durante o discurso, a premiê chorou e afirmou que lutou para que o Reino Unido 'servisse não apenas aos poucos privilegiados, mas ao mundo inteiro e cumprisse o resultado do referendo' e que também foi uma honra exercer o cargo

Jeremy Corbyn, líder da oposição britânica, afirmou que May agiu certo em renunciar e que quem a substituir como líder do Partido Conservador deve convocar uma eleição. 'Ela agora aceitou o que o país sabe há meses: ela não pode governar, assim como seu partido dividido e se desintegrando', disse Corbyn em comunicado

A premiê britânica Theresa May anunciou sua renúncia ao cargo em um discurso emocionado, nesta sexta-feira (24). A saída de May está programada para o dia 7 de junho *Estagiária do R7, sob supervisão de Celso Fonseca