Há dois anos, em 23 de maio de 2017, os tiros começaram em Marawi, nas Filipinas e só pararam 5 meses depois, em 23 de outubro. Grupos de rebeldes muçulmanos ligados ao Daesh tentaram tomar o controle da cidade para criar uma sede local do "califado" e foram combatida por forças leais ao presidente filipino Rodrigo Duterte. Até hoje, os moradores convivem com os estragos da batalha
Eloisa Lopez / Reuters / 11.5.2019
O chamado Cerco de Marawi durou 154 dias e teve mais de 1200 mortos, entre combatentes do Daesh, tropas filipinas e civis. Além disso, mais de 1,1 milhão de pessoas deixaram suas casas na região por conta do confronto
Eloisa Lopez / Reuters / 11.5.2019
Quando a batalha começou, Mohammad Ali Acampong tinha acabado de reformar a casa onde morava com a mulher e os sete filhos, ao lado de um lago. "Foi muito difícil partir porque tinha acabado a reforma naquela semana, gastei todo o dinheiro que tinha. Nossa vida confortável acabou ali", conta ele, ao retornar ao local
Eloisa Lopez / Reuters / 11.5.2019
Marie Dalama Acampong, mulher de Mohammed, quase deixou o país para trabalhar como empregada doméstica na Arábia Saudita, mas desistiu a pedido dos filhos. "Às vezes ainda penso em partir, porque não temos uma fonte de renda. Estamos apenas esperando o tempo passar aqui", confessa
Eloisa Lopez / Reuters / 11.5.2019
A família conseguiu, por meio de doações, ter comida para pelo menos conseguir observar o mês do ramadã, quando os muçulmanos precisam passar o dia em jejum e comem apenas após o pôr do sol. "Esperamos conseguir uma casa permanente logo, o abrigo não é mais suficiente para todos nós", diz Mohammed
Eloisa Lopez / Reuters / 11.5.2019
A principal dificuldade nos abrigos provisórios em que cerca de 500 famílias como os Acampongs ocupam até hoje, dois anos depois do conflito, é com a água. Um sistema que limita o fornecimento de água garante que cada um receba um mínimo por dia
Eloisa Lopez / Reuters / 11.5.2019
Em outro abrigo improvisado no campo, Abdul Gani, 49, trabalha em uma máquina de costura enquanto os filhos e sobrinhos se distraem assistindo TV. O trabalho como costureiro garante um pouco de renda para a família
Eloisa Lopez / Reuters / 11.5.2019
Os moradores ainda aguardam providências do governo para voltar a reconstruir a cidade, que era famosa por suas igrejas e mesquitas. A promessa é de que a reconstrução comece ainda este ano, mas os sinais de progresso são muito pequenos. As autoridades afirmam que ainda há muitas armadilhas explosivas deixadas pelos jihadistas no centro de Marawi