França pode impor taxa de 2% sobre fortunas de super-ricos: veja o que se sabe
Proposta de imposto sobre grandes fortunas ganha força em meio a crise orçamentária e pressão por justiça fiscal no país
Internacional|Do R7
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O governo da França estuda adotar uma taxa de 2% sobre fortunas superiores a € 100 milhões (cerca de R$ 626 milhões). As informações são das agências de notícias France-Presse (AFP) e Reuters.
A medida, que pode ser incluída no orçamento de 2026, pode ser uma tentativa do novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, que assumiu o cargo na semana passada, de garantir apoio político e enfrentar a crise fiscal do país.
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A proposta, idealizada pelo economista francês Gabriel Zucman, afetaria apenas 0,01% dos contribuintes, cerca de 1.800 famílias, mas poderia arrecadar até € 20 bilhões de euros por ano (R$ 125 bilhões).
O valor seria crucial para reduzir o déficit orçamentário, estimado em 5,4% do PIB em 2024, o maior da zona do euro, e a dívida pública, que alcança 114% do PIB, de acordo com a AFP.
Pressão por justiça fiscal
A discussão sobre a taxa ocorre em meio a protestos e greves no país. Na última quarta-feira (10), 400 mil pessoas foram às ruas, o dobro da mobilização anterior, exigindo “justiça fiscal”.
Uma greve convocada para esta quinta-feira (18) reforça a pressão, segundo a AFP. “O orçamento será decidido nas ruas”, afirmou Sophie Binet, líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT).
Uma pesquisa do instituto Ifop, contratada pelo Partido Socialista e divulgada na terça-feira (16), mostra que 86% dos franceses apoiam a “taxa Zucman”, e 79% defendem a redução de subsídios a grandes empresas.
Apesar do apoio popular, a proposta enfrenta oposição. Lecornu, aliado do presidente Emmanuel Macron, tende a rejeitar a taxa, assim como os parceiros republicanos e a direita de Marine Le Pen.
No Parlamento, a esquerda, que aprovou a proposta na câmara baixa em fevereiro, pressiona pela inclusão no orçamento de 2026, enquanto o Senado, de maioria conservadora, rejeitou a ideia.
Debate econômico
Zucman argumenta que os bilionários franceses pagam proporcionalmente menos impostos que a maioria dos cidadãos, e que a taxa de 2% alinharia o sistema tributário à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, que prega igualdade na tributação.
No entanto, sete economistas, em um artigo publicado no jornal francês Le Monde, estimam que a arrecadação seria de apenas € 5 bilhões e poderia incentivar a saída de ricos do país.
Desde 2017, Macron reduziu impostos sobre empresas e fortunas, focando apenas em imóveis, o que lhe rendeu críticas como “presidente dos ricos”. Em 2023, subsídios públicos a grandes empresas somaram € 211 bilhões, segundo o Senado.
Perguntas e Respostas
Qual é a proposta do governo francês em relação a fortunas?
O governo da França está considerando a implementação de uma taxa de 2% sobre fortunas superiores a € 100 milhões (aproximadamente R$ 626 milhões). Essa proposta visa enfrentar a crise fiscal do país e garantir apoio político.
Quem está por trás da proposta e qual é o seu objetivo?
A proposta foi idealizada pelo economista francês Gabriel Zucman e tem como objetivo arrecadar até € 20 bilhões por ano (R$ 125 bilhões) para ajudar a reduzir o déficit orçamentário, que está estimado em 5,4% do PIB em 2024.
Qual é o impacto esperado da taxa sobre os contribuintes?
A taxa afetaria apenas 0,01% dos contribuintes, o que equivale a cerca de 1.800 famílias. A arrecadação seria crucial para a redução da dívida pública, que atualmente alcança 114% do PIB.
Como a população está reagindo a essa proposta?
Uma pesquisa do instituto Ifop revelou que 86% dos franceses apoiam a "taxa Zucman". Além disso, 79% defendem a redução de subsídios a grandes empresas. No entanto, a proposta enfrenta oposição de alguns setores políticos.
Qual é a posição dos políticos em relação à proposta?
O primeiro-ministro Sébastien Lecornu, aliado do presidente Emmanuel Macron, rejeita a taxa, assim como os parceiros republicanos e a direita de Marine Le Pen. A esquerda, por outro lado, pressiona pela inclusão da proposta no orçamento de 2026.
Quais são os argumentos a favor e contra a taxa?
Gabriel Zucman argumenta que os bilionários franceses pagam proporcionalmente menos impostos que a maioria dos cidadãos e que a taxa de 2% promoveria igualdade na tributação. No entanto, sete economistas publicaram um artigo no jornal Le Monde, estimando que a arrecadação seria de apenas € 5 bilhões e que a taxa poderia incentivar a saída de ricos do país.
Como tem sido a política fiscal de Macron desde 2017?
Desde 2017, Macron tem reduzido impostos sobre empresas e fortunas, focando apenas em imóveis, o que gerou críticas de ser o "presidente dos ricos". Em 2023, os subsídios públicos a grandes empresas totalizaram € 211 bilhões, segundo o Senado.
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