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Franceses protestam contra Previdência e cortam energia

Cortes são ilegais pela lei. Greve geral chega na segunda semana e prejudicam transportes, fecharam escolas e mais de 500 pessoas já foram às ruas

Internacional|Do R7

Franceses protestam contra reforma da Previdência
Franceses protestam contra reforma da Previdência

Em pé de guerra, os sindicatos franceses defenderam nesta quarta-feira (18) sua decisão de cortar a energia de milhares de casas, empresas e até do Banco da França para forçar o governo enfraquecido a descartar uma reforma da Previdência de grande abrangência.

Os cortes de eletricidade aumentaram a sensação de caos na segunda semana de greves de âmbito nacional, que prejudicaram os transportes, fecharam escolas e levaram mais de meio milhão de pessoas às ruas contra a iniciativa do presidente Emmanuel Macron.

Indagado em uma rádio francesa se os cortes, ilegais pela lei francesa, não foram um passo longe demais, Philippe Martinez, líder da central sindical linha-dura CGT, disse que eles são necessários para obrigar Macron a recuar.

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"Entendo a revolta destes trabalhadores", disse. "Estes são cortes direcionados. Vocês entenderão que cuspir no serviço público pode revoltar alguns de nós."


Macron defende reforma

Seus comentários coincidiram com um comunicado no qual o gabinete de Macron disse que o presidente descartou abandonar seus planos de reforma, mas que está disposto a oferecer melhorias em conversas com os sindicatos antes de um novo dia de tratativas entre seu primeiro-ministro e líderes sindicais.


O governo está determinado a alcançar uma trégua antes do Natal, quando milhões de franceses viajam para passar o feriado com seus familiares.

A ministra dos Transportes de Macron repudiou os cortes de energia, que atingiram ao menos 150 mil lares na terça-feira, de acordo com a operadora de energia da França, e disse que o governo pedirá a esta última que registre queixas.


"Ouvi que estão cortando a energia de empresas CAC 40, prefeituras, shopping centers. Isso já é altamente questionável", disse Elisabeth Borne, referindo-se ao índice das maiores empresas listadas na bolsa de valores do país.

"Mas clínicas, estações do metrô, brigadas de incêndio e milhares de franceses também tiveram cortes de energia. Isso está longe das formas normais de fazer greve", disse.

O endurecimento da tática dos sindicatos veio no momento em que Macron se viu forçado a mudar o principal negociador da reforma, indicando um parlamentar de seu partido para substituir o czar das pensões, Jean-Paul Delevoye, que renunciou na esteira de acusações de conflitos de interesse.

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