Furacão Melissa: entenda a força do fenômeno e por que ele é tão perigoso
Em solo jamaicano desde a manhã de terça (28), furacão ganhou tração nas últimas horas e apresenta ritmo lento de deslocamento
Internacional|Do R7
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O furacão Melissa atingiu a Jamaica nesta terça-feira (28) como a tempestade mais forte da história do país e uma das mais intensas já registradas no Atlântico. Classificado na categoria 5, o fenômeno tocou o solo da ilha com ventos de 295 km/h e pressão atmosférica de 892 milibares, valores que o colocam entre os mais poderosos de todos os tempos. O impacto deve atingir cerca de metade da população jamaicana, segundo estimativas oficiais.
O Melissa se formou na última semana a partir de um conjunto de tempestades na costa da África Ocidental. À medida que avançou pelo Caribe, encontrou temperaturas do mar excepcionalmente altas, cerca de um a dois graus acima da média. Esse aquecimento do oceano fornece a energia necessária para que o ar quente e úmido suba rapidamente e alimente o sistema. O resultado é um processo de intensificação acelerada, que fez com que o Melissa passasse de uma tempestade tropical a um furacão de categoria 5 em poucos dias.
A estrutura de um furacão explica parte da potência de Melissa. No centro, há o olho, uma região calma e sem nuvens cercada por uma parede de ventos violentos e chuvas intensas. É nessa “parede do olho” que se concentram os maiores danos, com rajadas que podem arrancar telhados, derrubar árvores e destruir edificações. Quanto menor a pressão atmosférica no interior da tempestade, mais fortes são os ventos ao seu redor. No caso do Melissa, a pressão é uma das mais baixas já registradas em um sistema do Atlântico, o que explica sua intensidade.
Outro fator que aumenta o perigo é o ritmo lento de deslocamento. A tempestade se move a apenas 5 km/h, o que significa que pode permanecer sobre uma mesma área por muito tempo. Esse comportamento eleva o risco de inundações, já que grandes volumes de chuva se acumulam em poucas horas. A previsão aponta para até um metro de precipitação em regiões montanhosas e marés de tempestade de até quatro metros nas costas sul e leste da ilha.
Quando um furacão avança lentamente, os impactos não se limitam ao vento. O acúmulo de chuva causa transbordamento de rios, deslizamentos de terra e enchentes em áreas urbanas. A combinação entre ventos extremos e inundações amplia o potencial destrutivo e dificulta o resgate e a reconstrução.
A vulnerabilidade da Jamaica agrava o cenário. Grande parte da população vive em regiões costeiras e em áreas de baixa altitude. Mesmo com construções recentes de concreto armado, muitas comunidades rurais ainda possuem moradias de madeira, menos resistentes a ventos intensos. Além disso, o país enfrenta falhas estruturais no planejamento urbano, o que aumenta o risco de alagamentos e compromete o escoamento da água.
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A passagem de um furacão desse porte tende a causar danos generalizados à infraestrutura, sobretudo em nações caribenhas. Linhas de energia, redes de abastecimento de água e sistemas de transporte são particularmente vulneráveis. Árvores e destroços podem derrubar postes e bloquear estradas, isolando comunidades inteiras. O fechamento de aeroportos e portos também dificulta o envio de ajuda e o restabelecimento das comunicações.
O Melissa ainda representa uma ameaça prolongada. Mesmo após perder força, seus efeitos secundários - como falta de energia, contaminação da água e interrupção de serviços essenciais - podem durar semanas. A reconstrução tende a ser lenta, especialmente nas áreas mais pobres.
Além da destruição, o furacão expõe o impacto crescente das mudanças climáticas no Caribe. O aumento das temperaturas dos oceanos e o maior teor de umidade na atmosfera favorecem a formação de tempestades mais intensas e com maior potencial de devastação.
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