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G7 começa na Inglaterra com clima e vacinas como prioridade

Líderes das 7 nações mais industrializadas do planeta e da União Europeia participam de cúpula na Inglaterra

Internacional|Do R7

Líderes do G7 e União Europeia fazem foto oficial antes da cúpula na Cornualha
Líderes do G7 e União Europeia fazem foto oficial antes da cúpula na Cornualha

Os líderes do G7 iniciaram nesta sexta-feira (11) na Inglaterra uma reunião de cúpula apresentada como uma "enorme oportunidade" para colocar em prática a recuperação mundial após a pandemia, começando pela distribuição de um bilhão de doses de vacinas contra a covid-19.

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Após quase dois anos sem uma reunião, os chefes de Estado e de Governo de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido voltaram a se encontrar ao redor da mesma mesa, após a recepção do anfitrião, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a cada um dos convidados em uma praia de Carbis Bay, sudoeste da Inglaterra.

O encontro oferece uma "enorme oportunidade" para estimular a recuperação mundial depois do coronavírus, afirmou Johnson na abertura do evento, antes do início dos debates a portas fechadas.


A reunião marca o "retorno" dos Estados Unidos ao multilateralismo, nas palavras do presidente Joe Biden, após os anos "isolacionistas" de Donald Trump.

"Demonstrará que estamos unidos em nossa determinação de defender que a democracia e os valores democráticos compartilhados oferecem o melhor caminho para (...) abordar os maiores desafios do mundo", afirmou.


Além disso, até domingo, acontecerão várias reuniões bilaterais, uma recepção com a rainha Elizabeth II e um churrasco na praia.

Mas, no momento em que o Reino Unido, com quase 128.000 mortes provocadas pelo coronavírus, enfrenta um aumento de contágios devido à variante Delta, o evento está submetido a restrições que incluem máscaras e testes frequentes.


Também estarão presentes líderes europeus e de quatro países convidados: Índia, Coreia do Sul, Austrália e África do Sul.

Um bilhão de vacinas

No centro das conversas, estará uma distribuição mais equitativa das vacinas contra a covid-19 por parte dos países ricos.

Diante dos crescentes apelos por solidariedade, os líderes devem anunciar a distribuição de "pelo menos um bilhão de doses" - compartilhadas, ou financiadas - e o aumento da capacidade de produção, com o objetivo de "acabar com a pandemia em 2022", segundo Downing Street.

O governo dos Estados Unidos já se comprometeu a doar 500 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech, e o Reino Unido, 100 milhões de doses excedentes, principalmente por meio do programa Covax.

Mas isto é insuficiente para ONGs como a Oxfam, que destacam a necessidade de pelo menos 11 bilhões de doses para erradicar uma pandemia que matou 3,7 milhões de pessoas.

Para a organização, o G7 deveria aprovar a suspensão das patentes para permitir a produção em larga escala. Uma proposta apoiada por França e Estados Unidos, mas que tem a oposição da Alemanha.

Até o momento, um quarto das 2,3 bilhões de doses administradas em todo mundo foi aplicado nos países do G7, que respondem por apenas 10% da população mundial.

Os países de baixa renda, segundo a definição do Banco Mundial, registram apenas 0,3% das doses aplicadas.

Investir em infraestruturas limpas

A luta contra a mudança climática será outra prioridade da reunião de cúpula.

Johnson tem a ambição de desenvolver uma "revolução industrial verde" para reduzir à metade as emissões de gases do efeito estufa até 2030.

Para preservar a biodiversidade, o premiê deseja que o G7 se comprometa a proteger "ao menos 30%" da terra e dos oceanos até o ano citado.

O clube das sete grandes economias também deve promover o investimento em infraestruturas limpas nos países em desenvolvimento para estimular e obter a neutralidade de carbono de suas economias.

De acordo com uma fonte do governo americano, o objetivo é oferecer um contrapeso às "novas rotas da seda", um importante projeto da China para construir infraestruturas no exterior e aumentar sua influência.

Mas Pequim não parece disposta a ceder nada em sua influência.

A diplomacia americana é um "pseudo-multilateralismo baseado nos interesses de pequenos círculos", criticou o secretário para questões diplomáticas do Partido Comunista Chinês, Yang Jiechi, em uma conversa por telefone com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.

Em maio, os ministros do Meio Ambiente do G7 se comprometeram a acabar com os subsídios públicos às centrais de energia elétrica que utilizam carvão este ano, com a promessa de "esforços ambiciosos e acelerados" para reduzir as emissões de CO2.

Na quinta-feira (10), Johnson e Biden demonstraram unidade a respeito da emergência climática e assinaram uma nova "Carta do Atlântico". O documento também ressalta a necessidade de enfrentar os ciberataques.

Johnson descreveu a relação entre Londres e Washington como "indestrutível".

Se os dois grandes aliados estão em sintonia sobre grandes temas internacionais, como os desafios representados por China, ou Rússia, as tensões persistem, no entanto, sobre a Irlanda do Norte, que está no centro de uma disputa pós-Brexit entre Londres e União Europeia.

Biden não fez críticas públicas, mas os líderes europeus pretendem recordar a Johnson seu compromisso com os acordos assinados, os quais Londres viola, devido às tensões que provocam nesta região britânica.

De acordo com a polícia local, 3.000 pessoas protestaram na quinta-feira à noite em Belfast contra as novas medidas pós-Brexit.

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