Gangues inglesas contam com cerca de 27 mil crianças e adolescentes
Comissão britânica mostrou que crianças que sofrem com problemas psiquiátricos e/ou abuso na famílias são as mais aliciadas pelas gangues
Internacional|Carolina Vilela, do R7*
Um relatório da Comissão Infantil da Inglaterra estimou que cerca de 27 mil crianças de 10 a 17 anos se identificam como membros de gangues no país. As informações são da rede de notícias BBC.
A pesquisa também aponta que pelo menos 313 mil crianças conhecem algum membro de gangue e, desse número, 34 mil já sofreram com crimes violentos.
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Anne Longfield, chefe da comissão, afirmou à BBC que as gangues estão usando "técnicas sofisticadas" para preparar as crianças e "níveis assustadores de violência" para mantê-las.
Segundo Anne, crianças que sofrem de problemas de saúde mental, abuso e/ou negligência em suas famílias são particularmente suscetíveis ao aliciamento de gangues.
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O número de crianças em gangues foi calculado de acordo com os números da pesquisa anual de crimes do Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS).
O que leva uma criança a entrar em gangues?
Pesquisadores afirmam em relatório que, para algumas crianças, entrar em uma gangue não é um ato voluntário e que nem todos os membros jovens estão envolvidos em crimes ou atos de violência. "Em algumas áreas, as crianças são consideradas membros de uma gangue baseada puramente em sua localização, sua família ou suas associações mais amplas"
Aos 12 anos, uma menina, que não teve sua identidade relevada, se envolveu em uma gangue após passar por um período de abusos, físicos e sexuais, de um membro da família.
Segundo a BBC, agora com 14 anos, ela afirmou que começou usando drogas, como a cocaína, com uma gangue antes de se tornar uma das traficantes. Seu irmão, que é dois anos mais velho que ela, também estava envolvido.
"Éramos jovens e estávamos ganhando dinheiro", afirmou a menina. "Nós éramos inocentes, não entendíamos o que estava acontecendo"
A garota revelou à BBC que chegou a se prostituir para conseguir drogas. "Foi quando a polícia teve que intervir", disse.
Atualmente, ela diz se arrepender de ter participado da gangue. "Eu era violenta. Eu era uma pessoa horrível."