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Governo húngaro manda liberar leitos e dá alta para pacientes

Hospitais precisam desocupar, até domingo (19), de 50% do espaço e gerar 36 mil vagas. Decisão gerou crítica demissão de diretores de centros de saúde

Internacional|Da EFE

Orban pede que hospitais liberem 50% dos leitos
Orban pede que hospitais liberem 50% dos leitos

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, anunciou nesta sexta-feira (17) que o governo está reestruturando o sistema de saúde local, para haja capacidade para atender os pacientes da covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, mas as medidas vêm gerando críticas.

"Não podemos matar o vírus, mas começamos a preparar nossos hospitais, para, no pior dos casos, haver suficientes leitos, respiradores e funcionários", garantiu o premiê, em entrevista semanal concedida à rádio pública do país.

No domingo, como parte da reestruturação, o ministro de Recursos Humanos húngaro, Miklos Kasler, ordenou que todas as unidades de saúde deixem livres, até domingo, 50% dos leitos para pacientes com coronavírus, para mais tarde liberar mais 10%, em um total de 36 mil vagas.

Críticas e demissões

A medida recebeu a condenação de diversos setores, inclusive da oposição. Além disso, diretores de hospitais se recusaram a liberar pacientes que precisam seguir em acompanhamento pós-cirúrgico ou de outras doenças graves. Dois responsáveis por unidades de saúde, em retaliação, foram demitidos, inclusive.


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A médica-geral da Hungria, Cecilia Müller, explicou que a medida é necessária para um eventual aumento radical nos casos de covid-19 no país, e pediu "paciência e colaboração" para os afetados pelo esvaziamento em massa dos leitos.

Na Hungria, atualmente, há 66 mil vagas em hospitais, segundo dados oficiais, com 70% ocupadas. Dessa forma, entre 10 mil e 15 mil internados deverão ser encaminhados para casa nos próximos dias.


Além disso, segundo as estatísticas, são 1.763 casos atualmente ativos de covid-19 no país, sendo que 847 pessoas estão hospitalizadas.

Denúncias da imprensa

A imprensa considerada como de oposição ao atual governo, de extrema direita, aponta que há indícios de que o número real de contágios seja muito maior que o divulgado, o que resultou na ordem de liberação de leitos.


De acordo com o site Hvg, são diversos os casos de pessoas que já estão sendo levadas para casa, como um idoso com corpo parcialmente paralisado, que sofre de vários problemas de saúde. A família admite não saber como seguirá cuidando dele.

Outra denúncia é de um leitor que conta que o pai, diabético e recém-operado de câncer, terá que ser tratado em casa, junto com a mãe dele, que sofre de demência.

"Quando acabar a pandemia, a ordem do ministério gerará mais vítimas que o coronavírus", afirmou o médico e especialista em saúde pública Zsombor Kunetz, em entrevista à emissora de televisão ATV.

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