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Guardas de prisão são acusados de negligência em morte de Epstein

Oficiais tinham que vigiar magnata e outros presos a cada 30 minutos, mas estavam dormindo e mexendo na internet no dia que empresário se matou

Internacional|Giovanna Orlando, do R7, com EFE

Epstein se enforcou em prisão depois de ser condenado
Epstein se enforcou em prisão depois de ser condenado

Dois guardas que deviam vigiar o magnata Jeffrey Epstein, preso por tráfico sexual de menores, foram presos nesta terça-feira (19) por falharem na tarefa de ficar de olho no preso e mentir nos documentos para tentar encobrir o erro depois do suicídio do empresário.

Em comunicado conjunto, a Procuradoria do Distrito Sul de Nova York, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e o FBI (polícia federal americana) revelaram a identidade dos dois funcionários, Tova Noel e Michael Thomas, e anunciaram que ambos são acusados de falsificar os registros do Centro Correcional Metropolitano e de "fraudar" o país.

Os acusados, que de acordo com a nota se entregaram à Justiça nesta manhã, "falharam repetidamente nas revisões" dos presos sob custódia na unidade especial que alojava Epstein na noite de 10 de agosto, e durante o turno de trabalho estavam "em sua mesa, navegando na Internet ou circulando por áreas comuns".

"Para esconder que não tinham cumprido seus deveres, Noel e Thomas repetidamente assinaram certificados falsos que atestavam que tinham realizado múltiplas revisões de presos", o que não ocorreu. Como consequência, a penitenciária "acreditou" que os reclusos estavam sendo vigiados com regularidade.


Depois de não fazerem as rondas da madrugada, eles assinavam a folha de ponto afirmando que tinham conferido os presos durante a noite. Eles encontraram Epstein enforcado na cela, que ficava a 4 metros da mesa deles, quando foram servir o café da manhã às 6h30.

Os dois funcionários não eram novos no trabalho e tinham anos de experiência antes de serem mandados para uma prisão de alta segurança. Epstein tinha acabado de ser liberado de uma área de vigilância de suicidas.


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A senhorita Noel trabalhava em prisões de Manhattan, em Nova York, desde 2016, e o senhor Thomas começou como oficial de correções em 2007 até ser mandado para outra área em 2013 e fazia horas extras como oficial.

Os dois tinham que vigiar Epstein e conferir como ele e os outros detentos estavam a cada 30 minutos. Durante a madrugada, eles não faziam as rondas e ficavam horas mexendo na internet e fazendo compras online, Noel comprava móveis e Thomas procurava informações sobre esportes e motos.


A investigação aponta que, duas horas depois do começo do turno na noite em que Epstein se matou, os dois estavam sentados na mesa sem se mexer, o que levou os investigadores a crer que eles estavam dormindo.

Em nenhum momento eles se levantaram para ver como os presos estavam, mas anotaram na folha de ponto que vigiaram os presos a cada 30 minutos, como deveria ser. Na manhã seguinte, eles encontraram o corpo de Epstein e chamaram um superior.

“Nós não completamos as visitas das 3 horas e das 5 horas da manhã”, disse a senhorita Noel, de acordo com documentos obtidos pelo The New York Times.

“Nós vacilamos”, disse o senhor Thomas. “Eu vacilei, ela não tem culpa, nós não fizemos a patrulha”.

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