Hackers da Coreia do Norte usam ChatGPT para atacar militares sul-coreanos, diz relatório
Grupo conhecido como Kimsuky teria utilizado IA para falsificar documentos e enviar e-mails fraudulentos a alvos na Coreia do Sul
Internacional|Do R7
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O grupo de hackers norte-coreanos Kimsuky, supostamente ligado ao regime de Kim Jong-un, utilizou o ChatGPT para fabricar documentos falsos imitando carteiras de identidade militar da Coreia do Sul. As informações foram divulgadas pela empresa sul-coreana de segurança cibernética Genians em um relatório publicado no domingo (14).
Esses documentos, segundo a empresa, foram usados em uma campanha de phishing – uma técnica criminosa que busca enganar vítimas para roubar informações sensíveis por meio de e-mails fraudulentos – contra militares e outros alvos sul-coreanos.
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De acordo com a Genians, os hackers criaram uma falsificação de cartões de identificação usados por militares sul-coreanos utilizando ferramentas de IA (inteligência artificial). O objetivo era tornar os e-mails de phishing mais convincentes.
Os e-mails usavam um domínio falso, “.mli.kr”, que imitava o endereço oficial militar sul-coreano “.mil.kr”. Os alvos incluíam agências militares, jornalistas, pesquisadores e ativistas de direitos humanos focados na Coreia do Norte.
O relatório diz que os hackers contornaram restrições do ChatGPT, que normalmente bloqueia a geração de documentos de identificação oficiais. Para isso, apresentaram suas solicitações como “modelos de amostra”, enganando o sistema para criar as imagens falsas.
“Eles provavelmente persuadiram os modelos de IA dizendo que estavam produzindo modelos de uso legítimo, não replicando carteiras de identidade reais”, disse a Genians na publicação.
O grupo Kimsuky, identificado pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos como uma unidade de ciberespionagem da Coreia do Norte, já foi associado a outros ataques contra alvos sul-coreanos.
Em abril, a Agência Nacional de Polícia da Coreia (KNPA) disse que a Coreia do Norte havia enviado mais de 126 mil e-mails fraudulentos a 17.744 sul-coreanos entre novembro do ano passado e janeiro deste ano. O objetivo era roubar informações pessoais.
Em 2020, os EUA afirmaram que o grupo tem a missão de coletar informações globais para o regime de Pyongyang. Além disso, autoridades norte-americanas afirmam que o país utiliza ataques cibernéticos, roubo de criptomoedas e terceirização de TI para financiar seus programas de armas nucleares e contornar sanções internacionais.
Campanha de ataques
Outro relatório, da empresa de IA Anthropic, divulgado em agosto, revelou que hackers norte-coreanos também usaram ferramentas de IA, como o Claude, para criar identidades falsas e conseguir empregos remotos em empresas de tecnologia dos EUA.
De acordo com o documento, a IA foi utilizada para elaborar currículos, cartas de apresentação e até realizar tarefas técnicas após a contratação.
O Departamento de Defesa dos EUA estima que o esquema possibilitou aos norte-coreanos, proibidos de trabalhar nos Estados Unidos, conseguir empregos em mais de 300 empresas do país.
A fraude, segundo o órgáo, gerou mais de US$ 17 milhões (cerca de R$ 94 milhões) para os estrangeiros envolvidos. Entre as empresas vitimadas, incluem-se gigantes como Google, Amazon, Nike e Nvidia, de acordo com a agência de notícias Bloomberg.
A OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, baniu contas suspeitas de serem operadas por agentes norte-coreanos em fevereiro, após detectar o uso do serviço para atividades fraudulentas, como a criação de postagens falsas em redes sociais.
A Genians disse que o uso de IA por hackers está se tornando uma tendência preocupante. “Os invasores podem aproveitar a IA para planejar ataques, desenvolver malware e criar ferramentas sofisticadas”, afirmou Mun Chong-hyun, diretor da empresa.
Perguntas e Respostas
Quem são os hackers envolvidos na fraude?
O grupo de hackers norte-coreanos conhecido como Kimsuky, supostamente ligado ao regime de Kim Jong-un, está envolvido na fraude.
Como os hackers usaram o ChatGPT?
Os hackers utilizaram o ChatGPT para criar documentos falsos que imitavam carteiras de identidade militar da Coreia do Sul, com o objetivo de realizar uma campanha de phishing.
Qual foi a técnica utilizada pelos hackers?
A técnica utilizada foi o phishing, que busca enganar vítimas para roubar informações sensíveis por meio de e-mails fraudulentos.
Quais alvos foram atingidos pelos ataques?
Os alvos incluíam agências militares, jornalistas, pesquisadores e ativistas de direitos humanos focados na Coreia do Norte.
Como os hackers contornaram as restrições do ChatGPT?
Os hackers contornaram as restrições do ChatGPT apresentando suas solicitações como "modelos de amostra", enganando o sistema para criar as imagens falsas.
Qual foi a quantidade de e-mails fraudulentos enviados pela Coreia do Norte?
Entre novembro do ano passado e janeiro deste ano, a Coreia do Norte enviou mais de 126 mil e-mails fraudulentos a 17.744 sul-coreanos.
Qual é a missão do grupo Kimsuky segundo autoridades dos EUA?
O grupo Kimsuky é identificado como uma unidade de ciberespionagem da Coreia do Norte, com a missão de coletar informações globais para o regime de Pyongyang.
Que outros métodos os hackers norte-coreanos têm utilizado?
Além do uso do ChatGPT, hackers norte-coreanos também usaram ferramentas de IA, como o Claude, para criar identidades falsas e conseguir empregos remotos em empresas de tecnologia dos EUA.
Qual foi o impacto financeiro da fraude?
A fraude gerou mais de US$ 17 milhões (cerca de R$ 94 milhões) para os estrangeiros envolvidos, afetando empresas como Google, Amazon, Nike e Nvidia.
O que a OpenAI fez em resposta ao uso indevido do ChatGPT?
A OpenAI baniu contas suspeitas de serem operadas por agentes norte-coreanos em fevereiro, após detectar o uso do serviço para atividades fraudulentas.
Qual é a preocupação expressa pela Genians sobre o uso de IA por hackers?
A Genians expressou preocupação com o uso crescente de IA por hackers, afirmando que os invasores podem aproveitar a tecnologia para planejar ataques, desenvolver malware e criar ferramentas sofisticadas.
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