Haiti: Manifestos chegam a 11 dias marcados por violência e prisões

Desde o último dia 7, o Haiti está protestando contra o presidente Jovenel Moise e pedindo sua renúncia. Motivados pelas dificuldades econômicas do país e por casos de corrupções, dezenas de milhares de haitianos foram às ruas em protestos violentos.

Grupos armados bloquearam estradas e ruas, impediram a distribuição de comida, combustível, medicamentos e água potável em diversas cidades. Segunda a imprensa local, há diversos mortos e feridos, mas nenhum número oficial foi divulgado.

Nesta segunda-feira (18), o ministro das Relações Exteriores Bocchit Edmond confirmou a prisão de oito pessoas, entre elas cinco americanos, dois de outras nacionalidades e três haitianos. O ministro alegou que o grupo foi preso por “conspiração”, mas não apresentou acusações formais, segundo a rede de televisão CNN.

No sábado (16), o primeiro-ministro Jean-Henry Céant quebrou o silêncio sobre os protestos e fez um pronunciamento na televisão regional e anunciou nove medidas para aliviar a crise econômica, como o corte de 30% dos gastos do governo, conversas com o setor privado para aumentar o salário mínimo.

— A população sofre muito, porque estradas bloqueadas não conseguem entregar água potável, alimentos, gasolina. É quase impossível ter eletricidade.

Além deles, Céant também garantiu que vai prosseguir com a investigação do caso de corrupção na PetroCaribe, acordo da Venezuela com países caribenhos para vender petróleo mais barato, que acusa ex-funcionários do governo e empresários de desviar US$ 2 bilhões (cerca de R$ 7,4 bilhões), com a ajuda da Venezuela.