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Após protestos violentos, presidente do Haiti descarta renúncia 

Jovenel Moise fez primeiro pronunciamento após mais de uma semana de confrontos nas ruas da capital, Porto Príncipe

Internacional|Do R7

Presidente haitiano diz que não irá renunciar ao cargo
Presidente haitiano diz que não irá renunciar ao cargo

O presidente do Haiti, Jovenel Moise, adotou um tom combativo na quinta-feira (14), em seu primeiro pronunciamento desde que protestos violentos começaram na capital, Porto Príncipe, há mais de uma semana. Moise rejeitou pedidos de renúncia, mas pediu diálogo para tratar da inflação em disparada e de uma suposta malversação de fundos.

Milhares de manifestantes vêm pedindo há dias a renúncia de Moise e uma investigação independente sobre o destino dos recursos do acordo PetroCaribe, uma aliança entre países caribenhos e a Venezuela.

Os termos preferenciais do acordo para a compra de energia deveriam ajudar a liberar fundos para auxiliar o desenvolvimento do país, assolado por desastres naturais e listado como o mais pobre das Américas, segundo o Banco Mundial.

Os protestos, que supostamente deixaram vários mortos e muitos outros feridos, sublinharam os temores generalizados com o estado da economia diante de uma inflação crescente e da dificuldade da população para arcar com necessidades básicas.


Também na quinta-feira, o Departamento de Estado dos Estados Unidos ordenou a saída de todos os funcionários norte-americanos não envolvidos em emergências e seus familiares devido aos distúrbios contínuos, citando a queima de pneus, os bloqueios de ruas e os crimes violentos, inclusive roubos a mão armada.

Protestos ocorrem em Porto Príncipe há 8 dias
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Presidente fala em evitar guerra civil


Em um discurso no palácio presidencial, Moise disse que não entregará a nação a traficantes de drogas e que o diálogo é a única maneira de evitar uma guerra civil

"Eu, Jovenel Moise, chefe de Estado, não entregarei o país a gangues armadas e traficantes de drogas", afirmou, se referindo a autoridades de governo que, segundo ele, foram às ruas com "chefes de gangues procurados pela lei".


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Mas ele acrescentou: "Ouvi a voz do povo. Conheço os problemas que os atormentam. É por isso que o governo adotou muitas medidas. Pedi ao primeiro-ministro que as explique e as aplique sem demora para aliviar a miséria."

O Haiti tem uma longa tradição de corrupção, e parceiros internacionais e agências reguladoras anti-corrupção culparam políticos haitianos muitas vezes por não reprimirem essa prática.

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