Haiti realiza eleições presidenciais no dia 7 de novembro
País elegerá um novo presidente enquanto o assassinato de Jovenel Moise na residência oficial ainda é investigado
Internacional|Do R7
O primeiro turno das eleições presidenciais no Haiti acontecerá no dia 7 de novembro, de acordo com o calendário divulgado na quarta-feira (11) pela administração eleitoral, enquanto dúvidas sobre o assassinato do presidente Jovenel Moise, morto em sua residência por mercenários em 7 de julho, permanecem sem resposta.
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O conselho eleitoral provisório prevê um "dia eleitoral combinado" em 7 de novembro com o primeiro turno das eleições presidenciais e legislativas, que deveriam ter sido organizadas em 2019.
Um referendo constitucional, promovido por Moise antes de ser assassinado, também será realizado no primeiro domingo de novembro.
O texto dessa reforma constitucional voltada para o fortalecimento do poder executivo ainda está em fase de elaboração. Dois projetos de lei já apresentados propõem a supressão do Senado e a possibilidade de dois mandatos presidenciais consecutivos.
O projeto do referendo não agradou nem mesmo ao campo político presidencial, já que, dizem seus críticos, não respeita a Constituição vigente.
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Elaborada em 1987, após a queda da ditadura de Duvalier, a Carta Magna estabelece que “é formalmente proibida qualquer consulta popular que busque modificar a Constituição por meio de referendo”.
De acordo com o novo calendário eleitoral, o segundo turno das eleições presidenciais e legislativas será realizado em 23 de janeiro de 2022, paralelamente ao turno único das eleições municipais e locais, que também acumulam anos de atraso.
A publicação deste quarto calendário eleitoral do ano ocorre em um momento em que o assassinato de Moise continua a levantar muitas questões em um país onde a insegurança com as gangues armadas aumentou.
O juiz de investigação Mathieu Chanlatte foi nomeado na segunda-feira para liderar a investigação judicial do assassinato. Segundo a polícia, 44 pessoas já foram presas, incluindo 12 policiais haitianos, 18 colombianos e dois americanos de origem haitiana, em relação ao caso.