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Harry diz que família real 'sem dúvidas' escondeu informações dele sobre 'grampo' de telefones

Duque de Sussex acusa a editora de um importante tabloide britânica de inúmeras violações de privacidade; empresa nega

Internacional|Maria Cunha*, do R7

Harry está em Londres participando de audiência sobre grupo editorial do jornal Daily Mail
Harry está em Londres participando de audiência sobre grupo editorial do jornal Daily Mail

O príncipe Harry disse que a família real escondeu informações dele sobre os frequentes "grampos" de telefone porque não queriam que ele fizesse uma reclamação pública, já que isso "abriria uma lata de vermes".

Em uma declaração de testemunha apresentada antes da ação civil aberta pelo príncipe contra a editora do Daily Mail, a Associated Newspapers, o duque de Sussex disse que estava "condicionado a aceitar" a regra familiar de "nunca reclamar, nunca explicar" ao lidar com a imprensa.

No entanto, discutindo as alegações de "grampo" contra os jornais da NGN (News Group Newspaper), Harry disse: "Fiquei ciente de que tinha uma reivindicação que poderia apresentar", segundo o tabloide Sky News. 

"A Instituição [família real] estava, sem dúvida, retendo informações de mim por um longo tempo sobre o 'grampo' de telefone da NGN e isso só ficou claro nos últimos anos, quando busquei minha própria reivindicação com diferentes conselhos e representações legais", disse ele.


O príncipe está entre um grupo de requerentes, que inclui o cantor Elton John e as atrizes Liz Hurley e Sadie Frost, contra a Associated Newspapers, acusando-a de inúmeras violações de privacidade. A editora nega todas as alegações.

Ao falar sobre como descobriu que outras pessoas dentro ou associadas à família real sabiam que eram grampeadas pela imprensa, ele diz: "A bolha estourou em 2020, quando me mudei para fora do Reino Unido".


O duque de Sussex afirma que nunca houve uma discussão centralizada sobre quem havia feito as alegações, já que cada escritório da monarquia recebia as denúncias de maneira isolada.

"Existe esse equívoco de que estamos todos em constante comunicação uns com os outros, mas isso não é verdade", explica Harry. "A Instituição deixou claro que não precisávamos saber nada sobre 'grampo' de telefone e ficou claro para mim que a família real não se sentava no banco das testemunhas porque isso poderia abrir uma lata de vermes."


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O príncipe continuou dizendo que a "política rígida de não comentários" da família real significava que "mesmo os artigos piores ou mais suspeitos nunca eram trazidos ao meu conhecimento".

Ao terminar a declaração por escrito ao tribunal, Harry disse que estava "apresentando esta reclamação porque amo o Reino Unido e continuo profundamente preocupado com o poder, a influência e a criminalidade incontroláveis" da editora.

"O público britânico merece saber toda a extensão desse encobrimento e sinto que é meu dever expô-lo", acrescentou.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Lucas Ferreira

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