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Hong Kong tem novas cenas de caos durante protesto não autorizado

Manifestações tiveram como tema oposição à lei anti-máscaras e a cobrança de reforma na polícia, sobre a qual pesam acusações de brutalidade

Internacional|Da Efe

Pessoas vão às ruas de Hong Kong para protestar e cobrar reforma da polícia
Pessoas vão às ruas de Hong Kong para protestar e cobrar reforma da polícia

Milhares de pessoas retornaram às ruas de Hong Kong neste domingo (20) para participar de uma manifestação não autorizada contra o governo, na qual os mais radicais novamente optaram por bloquear estradas, fazer fogueiras e lançar coquetéis molotov contra delegacias.

A manifestação, que começou pacífica no bairro central de Tsim Sha Tsui, teve como temas a oposição à recente lei anti-máscaras e a cobrança de uma reforma na polícia, sobre a qual pesam várias acusações de brutalidade.

Depois das 16h30 (hora local; 5h30 em Brasília), o caos voltou tomar conta da cidade, quando os radicais iniciaram os bloqueios das estradas, lançaram coquetéis molotov contra delegacias e vandalizaram caixas eletrônicos e estações de metrô.

Vários estabelecimentos comerciais chineses foram pichados com as inscrições "O Partido Comunista Chinês será destruído pelo céu" e "Libertem Hong Kong", de acordo com o jornal "South China Morning Post".


A polícia utilizou gás lacrimogêneo contra os mais radicais e jatos de água para abrir caminho entre os manifestantes. Ao justificar a decisão de proibir a manifestação deste domingo, a corporação alegou que este tipo de concentração tende a gerar incidentes de violência.

O legislador e ativista Leung Kwok-hung criticou a decisão da polícia de proibir a manifestação por considerar que essa postura constitui uma violação do direito à reunião incluído na Lei Básica (a Constituição local). "As autoridades obrigaram os cidadãos de Hong Kong a violarem a lei", denunciou Leung.


Sempre que a polícia se nega a autorizar alguma manifestação, as pessoas vão para as ruas de maneira espontânea. Muitos desses protestos improvisados terminaram em confrontos entre agentes e radicais.

Os protestos, que se agigantaram em junho por causa de um polêmico projeto de lei de extradição para a China continental - já descartado pelo governo local -, se tornaram um movimento que busca melhoras nos mecanismos democráticos de Hong Kong e se opor ao autoritarismo de Pequim.


Segundo a chefe do governo local, Carrie Lam, a lei anti-máscaras visa facilitar a identificação dos manifestantes para assim acabar com a violência.

No entanto, a lei não obteve o sucesso desejado e os "pan-democratas" se preocupam que para aprová-la sejam aplicadas regulações de emergência, criadas em 1922 e usadas pela última vez em 1967, quando Hong Kong ainda era parte do Reino Unido.

Lam teve que suspender na semana passada o discurso que faria sobre a situação da região devido às constantes interrupções dos opositores que a vaiaram. No fim, se pronunciou através de uma mensagem em vídeo.

No discurso, Lam não anunciou reformas no âmbito político nem cedeu a nenhuma das quatro exigências dos manifestantes: uma anistia aos detidos, uma investigação independente sobre a brutalidade policial, a revogação do termo "revolto" para os protestos de 12 de junho e a introdução do sufrágio universal na eleição do chefe do governo.

No dia 4 de setembro, Lam anunciou a única concessão feita até agora ao movimento pró-democrático: a retirada do polêmico projeto de lei de extradição que teria permitido que Pequim recebesse "fugitivos" refugiados em Hong Kong para julgá-los em solo chinês, sob um sistema judicial sem garantias.

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